A Prefeitura de Mogi das Cruzes, informou nesta quinta-feira (22) que localizou o gerente da fazenda onde uma vaca morreu depois de passar vários dias agonizando, segundo a vizinhança. De acordo com a administração municipal, apenas na terceira ida ao local, junto com a Polícia Ambiental, a equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) localizou o funcionário da fazenda.
Uma universitária denunciou ao G1 na quarta-feira (21) que uma vaca agonizava há três dias no local. Ela teria ficado debilitada depois de parir. A internauta ainda informou que o Centro de Controle de Zoonoses esteve no local, mas não socorreu ao animal.
Segundo o CCZ, nesta quinta foi possível esclarecer que trata-se de uma extensa propriedade rural particular que soma atualmente cerca de 350 bovinos e conta, inclusive, com assistência de um médico veterinário particular. “O gerente da fazenda nos explicou que a área é extensa demais, mas que, assim que soube do ocorrido, mobilizou uma equipe para averiguar”, informou o veterinário do Centro de Controle de Zoonoses, Eduardo Sigahi. Segundo ele, o responsável informou ainda que a vaca havia parido há mais de dois meses e que outros animais da fazenda já apresentaram sintomas semelhantes. “Um veterinário particular está acompanhando o caso e a principal suspeita é de intoxicação por alguma planta venenosa, fato comum na pecuária extensiva. O gerente da fazenda também nos informou que já havia providenciado os materiais necessários para o destino adequado do corpo do animal”, informou.
O veterinário também esclareceu que na primeira visita ao local, optou por não matar o animal porque julgou que o proprietário do local poderia ter a iniciativa de tratar do animal. “A atitude de invadir a propriedade e realizar a eutanásia poderia ser configurada como crime. Além disso, dar a oportunidade do responsável pelo animal tratar do mesmo é, na nossa visão, a medida correta e aceitável em termos de bem estar animal”, finalizou.
A Polícia Ambiental também investiga o caso.
Indignação
A situação causou indignação na empresária Gabriela Bazzon Arbex, que também estava pela manhã na beira do pasto. “Não moro no bairro, mas vi a notícia, achei um absurdo, compartilhei com meus amigos no Face. Trouxe meu amigo que é veterinário para atender essa vaca. O veterinário da Zoonoses quando veio aqui tinha que ter tomado uma providência”, reclama. Ela e o amigo foram informados pelos moradores que a vaca já havia morrido e sido removida.
“Ela estava doente, estava gritando muito”, conta Ricardo Rocha, morador da Rua Maria Lunardi Gagglioli, uma das ruas que ficam em frente ao pasto. Moradora da mesma rua, a dona de casa Angélica Maria Takahashi acredita que a vaca possa ter adoecido por causa da sujeira no trecho do terreno que faz limite com a calçada. “Acho que os bichos comem o lixo. Ela estava tossindo muito. Ontem os cachorros estavam atacando ela, falei pro pessoal que não podia deixar assim, tinha que sacrificar”, comenta.
Fonte: G1