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POLUIÇÃO

Geração de resíduos e mudanças climáticas

4 de janeiro de 2025
Lufe Bittencourt
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

No fim de ano, e durante a estação do verão (particularmente até o carnaval), o consumo dos brasileiros, especialmente os mais abastados, aumenta consideravelmente, sendo motivo de comemoração para os setores produtivos, comércio e serviços.

Mas, juntamente com o aumento das vendas de bens e serviços ocorre, concomitantemente, elevação vultosa na produção de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) – popularmente conhecido como lixo -, por parte das populações, fixa e flutuante, principalmente nas cidades mais procuradas pelos turistas, nativos e estrangeiros.

O Brasil gerou em 2023, cerca de 80 milhões de toneladas de RSU, de acordo com o Panorama da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA), sendo o quarto maior produtor mundial.

Em âmbito global, o volume ultrapassou os 2 bilhões de toneladas/ano.

Na Região Metropolitana da Baixada Santista são gerados diariamente 2000 toneladas.

E a geração de resíduos (lixo), segue aumentando, ano após ano.

De tudo o que é gerado de RSU, 25% deriva do aumento populacional, mas 75% é devido a elevação no poder aquisitivo da população.

Então, quanto mais esta enriquece, mais ela irá produzir resíduos.

É assim, desde os primeiros aglomerados urbanos na Antiguidade, até nossos dias.

Mas, o ponto crucial, e que boa parcela da população brasileira desconhece, é que há uma correlação direta entre a produção de RSU (lixo), e a geração de Gases de Efeito Estufa (GEE) na atmosfera da Terra, primordialmente o CO2, em gigantescas quantidades, o principal causador do aquecimento global.

E é esse fenômeno que ocasiona as mudanças climáticas, que por sua vez, dão origem aos eventos climáticos extremos, que estamos presenciando em todo o mundo, inclusive no Brasil, como as chuvas diluvianas no RS; seca histórica na Amazônia; e as ondas de calor sufocantes; ocorridas em 2024.

Vivemos num tempo de predomínio da economia linear (onde se produz, utiliza, e se descarta os bens criados), gerando impactos ambientais de monta, com uso intensivo dos recursos naturais disponíveis (muitos deles não renováveis), água e energia em grande escala, além da geração de GEE em imensas quantidades, e custos elevadíssimos para se lidar com os resíduos produzidos, que terão de ser pagos, de forma direta ou indireta, pela conjunto da população.

Em oposição a essa, temos a economia circular, onde os produtos fabricados retornam a cadeia produtiva, indo na direção diametralmente oposta a economia linear, gerando apenas benefícios.

Há uma enorme diferença entre consumo e consumismo.

Consumo, é o que necessitamos diariamente para nossas necessidades básicas.

Já consumismo, é adquirir produtos que não são primordiais para nossa sobrevivência.

Dito isso, precisamos abandonar, urgente, a lógica do: consumo, logo existo.

Agora, em 2025, quando teremos a Conferência do Clima em Belém-PA (COP 30), devemos repensar nossas ações, optando por um consumo consciente de bens e serviços, sem esquecer que nossas escolhas influenciarão diretamente as mudanças climáticas em andamento na Terra.

Fonte: Boqnews

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