O oceano Ártico está aquecendo mais rápido do que o previsto pelos modelos climáticos dos especialistas das Nações Unidas (ONU), o que acelera o derretimento da camada de gelo, alertam dois estudos suecos publicados nesta terça-feira (14).
Por AFP
As correntes relativamente aquecidas das profundezas do Ártico são mais quentes e estão mais próximas da superfície do que os especialistas pensavam até agora, e entram diretamente em contato com a camada de gelo, acelerando o derretimento no inverno, segundo os estudos da Universidade de Gotemburgo, publicados na revista Journal of Climate.
“Isso não é uma boa notícia de forma nenhuma”, comentou Céline Heuzé, climatologista da universidade e diretora de um dos estudos.
Os pesquisadores compararam suas observações com os cálculos de 14 modelos considerados pelo IPCC, o painel intergovernamental de especialistas em mudanças climáticas da ONU, responsável por elaborar os principais relatórios da organização sobre o clima.
De acordo com eles, a influência das águas profundas que circulam no Ártico provenientes do Atlântico é subestimada.
“As previsões compartilhadas pelo IPCC são um tanto otimistas. Será muito pior e ocorrerá mais rápido do que o previsto”, advertiu Heuzé, que atribuiu a diferença entre suas conclusões e as previsões à falta de expedições e de observações no terreno.
A superfície da camada de gelo diminuiu, em média, 9% no inverno e 48% no verão desde que as primeiras fotografias de satélite foram tiradas em 1979. Desde então, sua espessura foi reduzida em 66%, segundo um dos estudos.
No ano passado, um estudo revelou que a atmosfera do Ártico havia aquecido quatro vezes mais rápido do que em outras partes nos últimos 40 anos, uma proporção que dobra a oferecida pelos modelos do IPCC.
Fonte Gazeta do Povo