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ALTAS TEMPERATURAS

Geleiras derretem rápido e perdem 267 gigatoneladas de massa por ano

Um estudo publicado na Nature confirma que as geleiras do mundo estão perdendo massa rapidamente, com aumento de 30% no derretimento desde 2000.

17 de abril de 2025
Veronika Meduna
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Uma nova análise abrangente revela que quase todas as geleiras do mundo estão perdendo massa em um ritmo acelerado.

As geleiras estão encolhendo em quase todos os lugares do mundo, e o ritmo desse encolhimento está aumentando. Essa é a conclusão de um estudo recente que fornece a primeira comparação global de mudanças na massa de geleiras, cobrindo mais de 217.000 dessas formações de gelo.

Publicado na Nature, o estudo utilizou dados de satélite e modelos numéricos para estimar mudanças na massa das geleiras entre 2000 e 2019. Os resultados mostram que, em média, as geleiras perderam 267 gigatoneladas (Gt) de gelo por ano durante esse período. Para colocar isso em perspectiva, essa quantidade de gelo seria suficiente para submergir toda a Suíça em 6 metros de água a cada ano.

Derretimento acelerado

A taxa de perda de gelo aumentou dramaticamente ao longo das duas décadas estudadas. Entre 2000 e 2004, as geleiras perderam 227 Gt por ano, mas entre 2015 e 2019, essa taxa subiu para 298 Gt por ano – um aumento de mais de 30%.

“O fato de que quase todas as geleiras estão perdendo massa simultaneamente é um sinal claro das mudanças climáticas globais”, disse o autor principal do estudo, Romain Hugonnet, pesquisador da Universidade de Toulouse, na França, e da ETH Zurique, na Suíça.

Impactos globais

O derretimento das geleiras contribui significativamente para o aumento do nível do mar, representando cerca de 21% do total observado entre 2000 e 2019. Além disso, muitas regiões dependem do derretimento sazonal das geleiras para abastecimento de água doce, e o desaparecimento acelerado dessas reservas pode levar a crises hídricas no futuro.

Algumas geleiras, no entanto, apresentaram um comportamento incomum. Um pequeno número delas, como as na Islândia e na Escandinávia, ganhou massa durante o período estudado devido a aumentos anormais de precipitação. No entanto, essas exceções são insignificantes em comparação com a tendência global de perda acelerada.

Um futuro sem gelo?

Se as tendências atuais continuarem, muitas geleiras menores podem desaparecer completamente nas próximas décadas, enquanto as maiores continuarão a encolher drasticamente.

Os pesquisadores alertam que, sem reduções urgentes nas emissões de gases de efeito estufa, os impactos do derretimento das geleiras serão cada vez mais severos.

“Este estudo confirma o que já suspeitávamos há anos”, disse um glaciologista não envolvido na pesquisa. “As geleiras estão entre os indicadores mais sensíveis das mudanças climáticas, e seu rápido declínio é um aviso que não podemos ignorar.”

Fonte: EcoDebate

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