A morte de uma cadela na manhã de ontem, na Praia dos Namorados, em Americana, evidenciou um grave problema no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). O departamento é responsável pela coleta, transporte, acondicionamento e disposição final dos cadáveres, mas não possui espaço para abrigá-los.
O problema foi confirmado por um funcionário, quando chegou ao local para realizar o laudo da morte do animal e pela advogada Janaína Sanches Galdino, de 34 anos.
“Os guardas pediram a presença do CCZ para que fizessem a retirada do animal morto. Recebemos a informação de que a unidade não tem um local de destino. As geladeiras parecem que estão lotadas e eles não têm onde colocar mais animais mortos”, expôs a advogada.
Magrela, como era chamada pelos moradores da Praia dos Namorados, foi morta por volta das 10h30 na Rua Narciso Faggion. Um motoboy passou na casa da protetora de animais Neusa Maria da Cunha, de 66 anos, e disse que um homem havia atirado no animal SRD. Neusa cuidava de Magrela e lamentou a morte da cadela.
“Ela foi abandonada há dois meses e estava muito magra. O pessoal do bairro alimentava ela, que acompanhava todos. Ela deve ter pego alguma galinha do dono do terreno. É muito triste, uma cachorra mansa e sociável. Eu cuidei, vacinei e ela ficava em frente de casa”, disse Neusa.
O suposto autor do tiro foi procurado pelo LIBERAL, mas não atendeu a reportagem. Questionado pela reportagem, o CCZ de Americana não quis comentar o problema das geladeiras lotadas e o que deveria ser feito para solucionar este problema.
De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os animais mortos não oferecem risco à saúde humana e de impactos ambientais por estarem impedidos de disseminar agentes etiológicos de doenças.
Fonte: Liberal