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ESTRATÉGIA

Gavião usa carros no trânsito para se esconder e surpreender presas, diz estudo

Pesquisador relata ainda que a ave de rapina associou o sinal sonoro para travessia de pedestres como momento certo para "dar o bote" sobre pardais do outro lado da rua

25 de maio de 2025
3 min. de leitura
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Foto: Wolfgang Kaehler/LightRocket via Getty Images

Não se engane, a cidade pode ser um bom lugar para caçadores naturais. Um pesquisador do estado do Tennessee (EUA) comprovou o fato ao observar e registrar a impressionante inteligência de uma espécie de gavião, que inclusive usa a engenharia de tráfego de automóveis para se esconder.

A ave de rapina aprendeu que sempre que o sinal sonoro para a travessia de pedestres soava, uma fila de carros parados se formava na rua. Caçador astuto, o gavião-de-Cooper então voava sorrateiramente por trás dos automóveis para surpreender passarinhos no terreno em frente.

“Esse comportamento exigia ter um mapa mental da área e entender a conexão entre os sinais sonoros e a mudança no padrão de tráfego, um feito intelectual notável para um pássaro jovem que provavelmente tinha acabado de se mudar para a cidade”, observa Vladimir Dinets, zoólogo da Universidade do Tennessee e autor do estudo, observando que os gaviões-de-Cooper tendem a ser visitantes de inverno em áreas urbanas, segundo o jornal The Guardian.

Durante o trabalho de observação, o pesquisador viu que o gavião só emergia da árvore quando uma longa fila de veículos já havia se formado, oferecendo cobertura para sua aproximação – algo que dependia do acionamento da faixa de pedestres.

O pássaro se posicionava para tomar voo quando o sinal sonoro da faixa de pedestres começava, sugerindo que o gavião usou o som como um sinal de que uma fila de veículos se formaria e que era hora de se preparar para o ataque, relata o zoólogo.

O foco do gavião estava do outro lado da rua, em um quintal que costumava se encher de pardais, que buscavam migalhas de uma família com o costume de comer no jardim, conta Dinets. Assim que a família se mudou, pouco mais de um ano depois do início das observações, a ave de rapina sumiu.

O pesquisador acrescentou que, embora se saiba que aves como corvos e papagaios podem ser muito inteligentes, a inteligência em espécies mais solitárias é mais difícil de ser observada pelos humanos e, portanto, provavelmente subestimada.

“As cidades são lugares extremamente perigosos para os animais selvagens”, afirma Dinets. “Qualquer coisa que consiga sobreviver aqui deve ter alguma habilidade especial e merece nosso respeito.” A pesquisa foi publicada no periódico Frontiers in Ethology.

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