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Gatos são envenenados em condomínio de Ribeirão Preto (SP)

13 de agosto de 2014
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Foto: Lucas Mamede / Jornal A Cidade
Foto: Lucas Mamede / Jornal A Cidade

Dois gatos morreram na última quarta-feira (6) após ingerirem comida com chumbinho no condomínio Delboux, na Vila Virgínia, zona Oeste de Ribeirão Preto.

Além dos gatos, dois cachorros passaram mal e foram levados a uma clínica veterinária com sintomas de envenenamento. Os cães foram medicados e passam bem. A polícia vai investigar o caso.

Os animais teriam ingerido pedaços de salsicha, sardinha e frango deixados no bloco B-25 do conjunto residencial na terça-feira. Uma veterinária examinou duas coxas de frango e constatou o produto clandestino, irregularmente utilizado como raticida.

“Aqui existe gente e existem monstros”, afirmou Clarice Vieira, 65 anos, que cuida dos gatos no condomínio. “Algumas pessoas não têm consideração pelo que Deus criou”, disse.

Segundo Clarice, muitos moradores não gostam dos gatos, porque eles sobem nos carros e riscam os veículos. Em junho, Clarice registrou um boletim de ocorrência (BO) no 6º Distrito Policial contra as ameaças do síndico de retirar os gatos do conjunto residencial a pedido de moradores. Uma vizinha chegou a fazer um abaixo-assinado pedindo a retirada dos animais do local.

Para Clarice, não há motivos para remover os gatos do condomínio, pois eles são vacinados, vermifugados e castrados. Um atestado assinado por um veterinário garante que “os animais se encontram em perfeitas condições clínicas, oferecendo, assim, o mínimo de risco e dano à saúde pública”.

“Eles [gatos] são como filhos para mim”, comentou Clarice. “Eles me entendem melhor do que qualquer pessoa. É agressividade demais fazer uma coisa dessas.”

As moradoras Júlia Parreira, 76 anos, e Helena Tomazo, 60 anos, lamentam a morte dos gatos. “As pessoas que fizeram isso não têm coração”, disse Júlia.

Animais dividem opiniões

A presença dos gatos no condomínio Delboux, na Vila Virgínia, divide a opinião dos moradores.

Giovana Fernandes, 21 anos, não se incomoda com os animais. “É implicância. Custa comprar uma capa para os carros?”, questionou a jovem.

Já Marlene Baso Nessi, 56 anos, entende que “cada um tem de cuidar do seu animal doméstico dentro de casa”.

A moradora repudia a prática de maus-tratos, mas destaca que as fezes dos gatos causam mau cheiro no condomínio.

A cachorrinha de Marlene foi uma das vítimas do chumbinho. Ela ingeriu a substância enquanto passeava pelo condomínio na companhia do tutor. “Meu marido tem problema de visão e não viu ela comendo”, contou.

Ao chegar em casa, a cadela teve disenteria e começou a babar.

Ela foi levada a uma clínica veterinária e recebeu uma dose de antitóxico e de carvão ativado, que servem para frear o envenenamento.

Polícia vai investigar o caso

O delegado Luiz Geraldo Dias, da Delegacia de Proteção ao Animal de Ribeirão Preto, informou que o caso será investigado. No entanto, os gatos que ainda estão no condomínio devem ser destinados a uma ONG ou ao Centro de Controle de Zoonoses. O delegado pediu, recentemente, a busca e apreensão dos animais diante das reclamações dos moradores. Segundo Dias, os gatos ficam em uma vaga de garagem cercada com aberturas na tela. “É um local impróprio, insalubre e inadequado para os animais”, destacou.

Fonte: A Cidade
 

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