O complexo esportivo do Maracanã, na zona norte do Rio de Janeiro, não reúne somente atletas e torcedores em dias de jogos. O espaço serve de abrigo para uma comunidade de gatos que vive entre os alicerces da imponente construção, inaugurada em 1950 e recém-reformada.
O ambiente, contudo, não tem mais sido amigável para os gatos: protetores de animais alertam que é cada vez fica mais raro escutar miados dos animais na região. “Em uma semana de setembro, mais dois gatos apareceram mortos por aqui. No Estádio de Atletismo Célio de Barros, por exemplo, há apenas 30 animais. Antes havia mais de 70”, denuncia Natália Kingsdury, 44 anos. A protetora leva comida aos animais, todos os dias, após o pôr do sol.
“A Secretaria Especial de Proteção e Defesa dos Animais (Sepda) fala que não consegue resgatar os gatos para fazer o tratamento correto, mas com a ajuda de quem está sempre lá, conseguiriam. Eles não estabelecem um diálogo com os protetores e voluntários. Temos uma boa relação com o pessoal que administra o estádio. A questão é de política pública”, afirma a veterinária Andréa Lambert, 48, presidente da ONG Associação Nacional de Implementação dos Direitos dos Animais (Anida).
A Sepda, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que investiga as recentes mortes dos gatos na região. O Consórcio Maracanã Rio 2014, responsável pelo estádio, nega que haja maus-tratos. A concessionária entrou em acordo com os protetores e permite que sejam oferecidos alimentação e cuidado aos gatos do local.
A secretaria diz que está aberta ao diálogo e ao trabalho conjunto com todos os que defendem os direitos dos animais. No caso do Maracanã, após denúncias nos últimos meses, veterinários estiveram no local em fevereiro e março deste ano, quando entraram em contato com duas protetoras. Segundo a Sepda, após este contato, não houve mais resposta: “Estamos aguardando e prontos para cooperar”.
Fonte: Notícias Band