A Polícia Civil está investigando a morte de pelo menos dois gatos em situação de rua por envenenamento na Zona Sul de Natal, no Rio Grande do Norte. Em um dos casos, o laudo do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) confirmou que o gato morreu devido ao veneno.
ONGs, como a União Pet Brasil, e protetores independentes de animais informaram que, nos últimos dias, receberam denúncias de suspeita de envenenamento de pelo menos 10 gatos na região.
Os dois casos registrados, um no bairro Capim Macio e outro em Ponta Negra, estão sendo investigados pela Delegacia Especializada de Defesa ao Meio Ambiente e Assistência ao Turista (DEEMATUR).
“Utilizar veneno para provocar a morte do animal é considerado de forma bem específica o crime de maus-tratos. Então, é um crime grave, cuja pena máxima é de 5 anos e, nesses casos de envenenamento, que pode ser que tenha a morte do felino, ainda tem o aumento de pena”, pontuou a delegada Daniele Filgueira em entrevista ao g1.
De acordo com a delegada, as investigações estão mais avançadas no caso de Capim Macio. “As investigações já evoluíram, inclusive foi feita a autópsia de um dos animais e constatou-se que realmente se tratava de envenenamento. Diversas pessoas que são ditas pelos denunciantes como suspeitas já estão sendo ouvidas”, explicou Filgueira.
Sabrina Imbrósio Oliveira, protetora independente de animais, afirmou que realiza, junto com outros protetores e ONGs, trabalhos como a esterilização de animais e cuida dos gatos de rua, incluindo a alimentação deles. “Os gatos são castrados, cuidados. Muitos protetores independentes estão aqui, estão cuidando deles. Os gatos não atrapalham a vida de ninguém. E estão envenenando os gatos. Apareceram mais de 10 gatos mortos por envenenamento. Infelizmente a gente não tem como provar quem foi”, contou.
É muito importante que se registre um boletim de ocorrência na Polícia Civil em caso de suspeita de envenenamento de gatos para que a investigação avance, segundo Filgueira.
“Quando não existe uma denúncia formal, a delegacia não pode, até ter o recebimento dessa denúncia, requisitar imagens de câmeras, solicitar, por exemplo, uma autópsia para o Itep, que é de extrema relevância, tendo em vista que é com essa autópsia que se comprova de fato que aquele animal morreu envenenado. A perícia diz até qual o tipo de veneno utilizado”, declarou a delegada.