A nova fórmula da vacina antirrábica do Ministério da Saúde está sob suspeita. Cerca de 30% dos 21.499 gatos imunizados no primeiro dia da campanha no Rio, no sábado, apresentaram reações. Após a morte de um dos bichanos, a ONG Sociedade Zoófila Educativa (Sozed) entrou em contato com a prefeitura, pedindo a suspensão da vacinação.
Sete gatos de Angela ficaram sonolentos e sem apetite após vacina (Foto: Felipe O’Neill / Agência O Dia)
O diretor do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do município, Fernando Ferreira, admite que a morte será investigada. “Mas é importante não deixar de vacinar e observar o comportamento do animal”, defende Ferreira.
Segunda-feira, o CCZ recebeu mais de 300 relatos de tutores de gatos, apreensivos com a saúde dos animais. O número surpreendeu Ferreira, que notificou a Secretaria Estadual de Saúde. Em média, o CCZ recebe de 40 a 50 ligações por dia em época de campanha.
Indignado com a morte da gatinha Sheila Lili, 10 anos, que era o xodó da família, o funcionário público Cyro Fernando Fernandes gastou R$ 210 no veterinário para salvá-la: “Vacinei sábado e, domingo, ela entrou no soro, mas morreu terça. Agora, só vacino em clínica. É mais seguro”.
O susto da aposentada Angela de Carvalho, 62, no Flamengo, também foi grande. Os seus sete gatos sofreram reação. “Três horas depois da vacina, ficaram sonolentos e não queriam comer. Entrei em pânico”, disse ela, que, por recomendação do veterinário, medicou os animais. “O último só melhorou na terça”, contou.
O Ministério da Saúde informou que investiu R$ 24,5 milhões na compra de 30,9 milhões de doses. O órgão garantiu que a nova vacina é mais segura e imuniza por um período maior. A composição foi submetida a provas rigorosas.
Hoje, o presidente da Comissão Especial dos Direitos dos Animais da Alerj, deputado André Lazaroni (PMDB), envia ofício à Secretaria Estadual de Saúde, pedindo apuração dos relatos de tutores de animais.
Fonte: O Dia Online