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Gatos abandonados precisam de abrigo e carinho, em Sorocaba (SP)

16 de agosto de 2013
4 min. de leitura
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Foto: ALDO V. SILVA
Foto: ALDO V. SILVA

A mera lembrança de um cachorro morto depois de ter 95% do corpo queimado por um incêndio é de comover qualquer um: seja ele um amante e defensor fervoroso da causa animal ou não. O caso de Foguinho, como ficou conhecido o bichinho internado pela Fundação Alexandra Schlumberger (FAS) 13 dias antes de morrer, será investigado pela Polícia Civil a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mas não é o bastante.

Afinal, a violência contra animais – domésticos ou não – parece estar se tornando comum em Sorocaba (SP). No dia seguinte à morte de Foguinho, outro animal, apelidado de Clodoaldo, foi resgatado pela FAS após denúncia de maus-tratos contra a tutora com quem convivia há quatro meses: entre outras agressões, o bichinho chegou a ser atingido por água fervente. Em maio, moradores do Jardim Nova Ipanema também reclamaram da morte de gatos por envenenamento, enquanto, dois meses depois, no bairro Altos de Votorantim, cães passaram mal ao ingerir veneno para rato.

A parte boa é que, como costumam dizer, o que falta em um, sempre sobra no outro. Não é à toa que o funcionário público Cássio Mascarenhas Tarcitani, de 40 anos, há um ano e três meses, dedica parte do seu tempo, em dias alternados, entre 17h e 18h, para alimentar quase 16 gatos abandonados em uma casa desocupada, no Jardim Santa Rosália. Desde que deparou-se com os bichinhos, sem amor e um prato de comida, o sorocabano não consegue deixá-los para trás: é como um pai para eles.

Os gatinhos também contam com a ajuda de um senhor, que mora nas redondezas. “Eu levo comida e água num dia, no fim da tarde, e ele no outro. Faça chuva ou faça sol, estamos lá, mesmo que precise colocar a ração dentro de uma caixa de sapatos”, comenta Cássio. Às vezes, o filho do funcionário público, Vinícius Tarcitani, de 14 anos, também separa algumas horas do dia para fazer companhia aos gatos. E, quando um dos três se atrasa para o encontro diário, os animais ficam inquietos e morrendo de fome.

Parte dos bichinhos já foi castrada, mas ainda espera por uma nova família. “Consegui castração para 10 deles, que é o principal”, lembra o cuidador. O problema é que, de acordo com ele, o proprietário da residência em que os gatos ficam pretende demoli-la para aproveitar o espaço, e os gatos vão ficar sem ter onde ficar. “Como ele vai passar o trator, preciso abrigar os gatos e depois colocá-los para adoção.” O próprio Cássio ficaria com todos eles, não fosse os quatro gatos que já moram em sua casa e dividem a sua companhia.

É por isso que o funcionário público passou meses indo atrás de organizações não-governamentais que pudessem ficar com eles, mas não teve sucesso. “Todas as ONGs com que eu entrei em contato já estavam lotadas”, explica. Com a Seção de Controle de Zoonoses, da Prefeitura de Sorocaba, tampouco fez algum progresso: não há mais vaga. E se há, confessa ele, ninguém entra em contato ou retorna as ligações para avisar. Sem ajuda, os bichinhos logo estarão sem um lugar para ficar.

Mas, se você estiver interessado em levar um dos gatos para casa ou conhecer alguém que possa adotá-los, entre em contato com o Cássio pelos telefones (15) 9683-5371 ou 3327-7734. Deixe que o lado humano e solidário do funcionário público lhe contagie e, neste Mês dos Pais, seja um grande pai (ou mesmo mãe) para aqueles que não querem nada além de muito amor e carinho.

Conscientize-se

Antes de comprometer-se com os 14 bichinhos do Jardim Santa Rosália, Cássio costumava cuidar de alguns gatos abandonados que viviam em um cemitério da cidade. Quando pequeno, também teve o seu próprio gatinho, que acabou morrendo atropelado. O amor pelos animais sempre fez parte de sua vida. E, mais do que isso, a conscientização de que os bichinhos também merecem respeito sempre se fez presente.

O problema hoje é, para ele, o número crescente de pessoas que compram ou adotam um animal sem se preocupar com as consequências. Quando percebem que é preciso alimentá-lo, mimá-lo e levá-lo ao veterinário com frequência, simplesmente abrem a porta do carro e o abandonam, indefeso, no meio da rua. “Não dá para criticar apenas o poder público, falta conscientização por parte da população que abandona, sem falar nos maus-tratos que os animais sofrem nas mãos dos tutores”, ressalta.

Fonte: Cruzeiro do Sul

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