Segundo Franco, os corpos dos animais foram levados a uma clínica veterinária, que atestou os óbitos por envenenamento. “Suspeitos eu tenho, mas não posso provar”, conta. Também destaca que não é a primeira vez que o problema ocorre na Rua João de Menezes, onde reside. Franco ainda explica que alimentava outros cinco gatos de rua, mas que a maioria deles sumiu na última semana. A suspeita é de que também tenham sido intoxicados. “Quem mata um animal também é bandido.”
A professora Mara Beatriz Krug, moradora do Bairro Verena, relata um caso de envenenamento contra uma ninhada de gatinhos em um terreno baldio próximo a sua casa. Segundo conta, quando os três felinos apareceram, há cerca de três meses, ela passou a alimentá-los. “Era maravilhoso vê-los, na sua beleza e inocência, pulando para pegar mosquitos e gafanhotos.” No último domingo, a história teve um triste desfecho. Quando foi dar ração aos animais, encontrou carne moída em uma tampa de plástico e pensou que mais alguém tinha se sensibilizado com o abandono dos filhotes.
Conforme Mara, após retornar para casa começou a sentir um cheiro forte nas mãos e um pouco de dor de cabeça. Então percebeu que a carne só poderia estar envenenada. “Fiquei chocada, desesperada. Coloquei leite em três lugares diferentes e procurei por eles até a meia-noite, mas não achei nenhum.” Na segunda-feira, a professora diz que encontrou um dos gatinhos no lixo de um vizinho, espumando pela boca. “Sinto uma impotência e uma tristeza desmedida. Saio a procurar os outros, nos terrenos, nos vizinhos, fazendo perguntas, mas nada encontrei até agora e ninguém viu nada. Provavelmente estão mortos”, lamenta.
Sobrevivente
Após oito meses de muitas lutas e depois de passar por quatro cirurgias, o gato Piter hoje vive feliz na residência da família Schneider, no Bairro Monte Verde, em Santa Cruz. A história de vida do felino é de superação e de muito amor. Mesmo contrariando todas as possibilidades de sobrevivência, o aposentado Elton Joaquim Schneider e sua esposa Rosângela fizeram todo o possível para salvar Piter, que foi agredido com um material cortante. Os tutores acham que talvez tenha sido um espeto, que atravessou o tórax e perfurou o intestino grosso do animal. “Somente uma pessoa muito transtornada pode ter feito isso.”
Segundo Schneider, o gato enfrentou longos períodos de provação. Cuidados veterinários, medicação e curativos passaram a fazer parte da rotina. Mesmo quando os esforços pareciam não adiantar, todos estavam decididos a fazer o possível por Piter. “Agora o gato voltou a sua vida normal. Essas agressões contra os animais, contra a natureza e contra o próprio homem são revoltantes. Acho que está faltando amor no mundo”, desabafa. A trajetória do felino é um exemplo desde o início. Sua mãe deu cria em um terreno baldio e foi acolhida por uma menina da vizinhança. Ainda pequeno, Piter foi adotado pelos Schneider.
Lei de crimes ambientais
A denúncia de maus-tratos é legitimada pelo Artigo 32, da Lei Federal nº. 9.605 de 1998 (Lei de Crimes Ambientais). Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos é crime. A pena é de detenção de três meses a um ano e também pagamento de multa. A pena é aumentada de um terço a um sexto se ocorrer a morte do animal. Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animais vivos, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. As denúncias contra maus-tratos podem ser feitas pelos cidadãos em todas as Delegacias de Polícia.
Para crianças – nova versão da música
Não atire o pau no gato (to-to)
Porque isso (so-so)
Não se faz (faz-faz)
Ô gatinho (nho-nho)
É nosso amigo (go)
Não devemos maltratar
Os animais
Miau!!!
Fonte: Gaz