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DESCASO

Gato preso há semanas em porão de igreja sobrevive com restos de comida fornecidos por moradores; resgate é barrado

Administração da igreja não permite que protetores entrem no porão afirmando que "a vida do gato não vale tanto"

14 de abril de 2025
Júlia Zanluchi
3 min. de leitura
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Foto: @jennifermontenegr0 / TikTok

Desde março deste ano, um gato está aprisionado atrás de grades e uma tela metálica depois de ter ficado preso no porão da paróquia San Pio X, em Cali, Colômbia, enquanto explorava o terreno.

De acordo com moradores, por 20 dias o gatinho teria sobrevivido com restos de comida deixados por pessoas que passam pela igreja e tentam alimentá-lo através das grades. No entanto, ativistas e ONGs de proteção animal estão preocupados com seu bem-estar e seu estado de saúde, já que ele vem miando por ajuda há muito tempo.

“Esse gatinho está preso há 20 dias no subsolo da paróquia San Pio X, no bairro Villacolombia (Cali-Valle), e a área administrativa não permite que o ajudemos a sair porque ‘a vida do gato não vale tanto'”, informou Jennifer Montenegro, uma moradora da região, em suas redes sociais.

@jennifermontenegr0 Este gatito lleva 20 días encerrado en la zona baja de la parroquia San Pio X del Barrio Villacolombia (Cali-Valle). El área administrativa no permite que lo ayude a sacarlo por qué “la vida del gato no vale tanto”. Ayúdame a visibilizar el caso y hacer presión para que lo saquen. Puede morir de hambre, frío y tristeza. #ayudame #maltratoanimalstop #gatoscali #gatoscalico #barriovillacolombiacali #barriovillacolombia #iglesiasanpiox ♬ original sound – Nanami

Jennifer teme que ele “possa morrer de fome, frio e tristeza”. Em um ato de desespero, ela entrou em contato com o ativista El Gato Escobar para viralizar o caso e pressionar a paróquia, que até o sábado, 12 de abril, ainda se recusava a permitir o resgate.

“Esse gatinho está preso há três semanas na paróquia de Villacolombia. Tentamos negociar de forma pacífica para que nos deixassem entrar e resgatá-lo, mas nos negaram. Pedimos para pelo menos acessar o local, e eles fecharam as portas completamente. Se não fosse pelas pessoas que passam e o alimentam… o gatinho está em condições subumanas”, lamentou Escobar.

Uma equipe de proteção animal foi até a igreja para inspecionar o gato, mas, na única vez em que a paróquia permitiu o acesso, foi impossível capturá-lo, pois ele estava assustado e se escondeu. “Disseram-nos que é um local de difícil acesso, mas quando a equipe de proteção animal chegou, percebeu que o lugar é normal, tem portas, mas é possível entrar abaixando-se”, relatou um representante da equipe.

Leis de proteção aos animais na Colômbia

Em um esforço para combater os maus-tratos aos animais e fortalecer a proteção de seus direitos, a Colômbia deu um passo significativo com a aprovação da Lei Ángel. Sancionada pela Presidência da República, essa norma busca endurecer as penas para quem comete atos de crueldade contra animais, abrangendo tanto espécies domésticas quanto silvestres.

A advogada penalista Liz Rozo explicou, em entrevista ao Infobae Colômbia, que a Lei Ángel não apenas aumenta as punições, mas também estabelece que os maus-tratos animais sejam tratados como crime penal. Isso significa que casos de crueldade serão investigados diretamente pela Procuradoria, garantindo um processo judicial mais rigoroso. Além disso, a lei protege animais domésticos, silvestres e de fazenda.

Antes da Lei Ángel, a Colômbia já tinha a Lei 1774 de 2016, um marco na proteção animal, que previa sanções para quem causasse sofrimento aos animais. No entanto, essa legislação não classificava os maus-tratos como crime penal, limitando a aplicação de penas mais severas.

A advogada Liz Rozo destacou que a nova lei busca punir os responsáveis por atos de crueldade e prevenir novos casos com uma abordagem integral. Ao considerar os maus-tratos como crime, espera-se que as autoridades ajam com mais eficácia e que os casos não fiquem impunes, enviando uma mensagem clara sobre a importância de respeitar a vida e o bem-estar dos animais.

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