Por Patricia Tai (da Redação)
Um felino com traços selvagens esteve vagando perdido pelas ruas de Detroit nas últimas semanas. Os moradores disseram que o animal tinha o porte de um cão da raça Doberman e que rondava a vizinhança na região nordeste da cidade.
De acordo com a WJBK-TV, um especialista afirmou que se tratava de um Savannah, que é uma raça híbrida de African Serval e gato doméstico e que foi introduzida nos anos 80.
Segundo reportagem do Huffington Post, os residentes entraram em pânico com a presença do animal. O adolescente Paul Hatley disse ao Detroit Free Press que chegou perto do felino em uma ocasião, e que o animal “não era normal”. “Ele não correu quando me aproximei como um gato normal faria. Ele só ficou olhando para mim. Foi assustador”.
Diversos moradores viram o felino, que tinha marcas únicas. Eles chegaram a chamar o Detroit Animal Control, que equivale ao Serviço de Controle de Zoonoses local, mas este não atendeu. Na sexta-feira passada, a Organização Michigan Humane Society informou ao Detroit Free Press que estaria investigando o caso.
Laura Wilhelm-Bruzek, do abrigo Paws for the Cause Feral Cat Rescue, disse à WDIV-TVA que chegou a colocar armadilhas para capturar o felino. Ela supôs que alguém tivesse adotado esse animal e depois provavelmente o abandonara quando se deu conta de que era mestiço de felino selvagem. “Esse animal é a versão mais selvagem de um gato doméstico mas trata-se de um animal domesticado, e não de um animal selvagem”, explicou Laura.
Infelizmente, apesar das ONGs terem tentado capturar o animal para encontrar um novo tutor e dar um destino adequado, não houve tempo: alguém mal intencionado perseguiu o animal com outros fins. O felino foi morto a tiros e, na última segunda-feira, seu corpo foi encontrado em uma lata de lixo da cidade. WIlhelm-Bruzek disse que um morador que vive ao sul da Eight Mile Road matou o animal.
Descobriu-se então que não era um gato abandonado. Ele se chamava Chum, e os tutores, que moram na cidade vizinha de Eastpointe, informaram que o felino escapou pela janela do banheiro há cerca de um mês. O animal não tinha microchip.
“Eu acho que as pessoas não podem sair por aí atirando dessa forma”, disse Wilhem-Bruzek na terça-feira. “Nós temos que ter um pouco mais de respeito com os animais e humanos ao nosso redor. Eu adoraria ter visto alguém olhar para o caso e investigá-lo. Mas não tenho nenhuma esperança. Tudo isso foi tratado com negligência desde o começo”.
Ryan McTique, porta-voz da Michigan Humane Society, afirmou que a agência foi notificada apenas na sexta-feira, quando funcionários começaram a procurar o animal, e lamentou o fato.
Os tutores, com quem Chum estava desde os quatro meses de idade, estavam devastados. “Eles estavam histéricos”, contou Wilhelm-Bruzek, que acrescentou que eles planejavam cremar o corpo do animal.
