O gato que perdeu um dos olhos após ser atingido por tiros de chumbinho estava com uma das balas alojada na medula e chegou à clínica com indícios de comprometimento neurológico, segundo o veterinário responsável pelo procedimento. O crime ocorreu em Urupês, no interior de São Paulo.
Ao g1, o cirurgião veterinário Carlos Augusto Fernandes Pierini informou na quinta-feira (14/08) que o gato, chamado Thor, apresentou melhora clínica e leve sustentação nas pernas traseiras, além de estar se alimentando e bebendo água normalmente. Ele não tem previsão de alta.
O veterinário afirma que a gravidade do caso comprova que o animal foi vítima de extrema crueldade. Se não fosse operado, a medula do gato poderia ficar comprometida, prejudicando sinais do sistema nervoso, o que pode causar fraqueza, paralisia, dificuldade para andar, perda de reflexos ou de sensibilidade.
Durante a cirurgia, que utilizou imagens de raio-X em tempo real, a equipe retirou fragmentos de chumbo que mediam menos de dois milímetros, o que demonstra a complexidade do procedimento.
“Foi milagre ele ter saído vivo disso. Acredito que ele tenha sido colocado em uma sala fechada e foram dando tiros como ‘tiro ao alvo’. Não é o que a gente espera na humanidade hoje”, salienta o veterinário.
Depois de 15 dias desaparecido, o caso foi descoberto assim que o animal retornou para a casa do tutor, na zona rural da cidade, com diversos ferimentos pelo corpo. Thor foi socorrido e levado à clínica veterinária, em 8 de agosto, com pelo menos sete perfurações.
Três médicos veterinários, sendo um cirurgião geral, um anestesista e um ortopedista, com apoio de um estagiário, participaram da cirurgia. Além do olho, foram retirados projéteis da boca, atrás da orelha, da pata, do peito, da pele do abdômen, da musculatura abdominal e da coluna do animal.
O caso foi encaminhado à delegacia de Urupês e registrado como maus-tratos. Até a última atualização desta reportagem, o suspeito ainda não foi localizado.
Fonte: G1
