Um filhote de gato que nasceu sem o ânus sobreviveu após ficar 50 dias sem defecar. O estado de saúde do animal era tão grave que, nesse período, ele resistiu a duas paradas cardíacas. Resgatado em Santos, no litoral de São Paulo, Boninho foi submetido a uma cirurgia crucial para a sua sobrevivência.
Assessora de comunicação da Viva Bicho, ONG que resgatou o filhote, Leila Abreu relatou que Boninho nasceu de uma gata grávida resgatava pelos voluntários e levada para um lar temporário.
“Como a gata prenha precisa de um lugar tranquilo para ficar, arrumamos esse local para os filhotes nascerem. E eles nasceram super bem e foram bem acompanhados, só que a pessoa que estava cuidando deles notou que um dos filhotes estava ficando com a barriga muito grande”, afirmou ao G1.
Levado a uma clínica veterinária, o filhote foi submetido a exames e, então, surgiu o diagnóstico: Boninho não tinha ânus e, por isso, sua barriga estava grande pelo acúmulo de fezes. Denominada atresia anal, essa anomalia congênita pode acontecer tanto em gatos quanto em cachorros. Com a saúde prejudicada, esses animais podem morrer, sendo a reconstrução cirúrgica do ânus a única saída para salvá-los.
“Caso não seja feito o procedimento, o intestino acaba estourando dentro do animal. Então o Boninho precisava de uma cirurgia de emergência, porque estava com apenas 50 dias, um bebê, e desde que nasceu estava sem defecar. Por isso, a barriga estava tão grande e ele chegou a ter duas paradas cardíacas. Ninguém percebeu antes, porque a mãe do filhote de gato, quando está amamentando, tem o costume de limpar as fezes do gatinho lambendo”, relatou a assessora.
Examinado por profissionais de um hospital veterinário especializado em gatos, em São Paulo, Boninho foi submetido a uma cirurgia de emergência. “Um veterinário urologista foi chamado para atendê-lo e foi feito raio-x de contraste para ver onde estava tendo a obstrução. Foi uma cirurgia plástica, praticamente, que foi feita nele”, relatou Leila.
Apesar dos riscos que sofreu, Boninho teve seu final feliz garantido. Guerreiro, ele venceu todas as dificuldades e foi adotado por uma veterinária do hospital que, segundo Leila, apaixonou-se pelo gato. “Agora ele está ótimo, ainda não sabe segurar as fezes, mas está conseguindo fazer normalmente e aprendendo aos poucos. Ele foi muito guerreiro, porque no caminho até o hospital já não conseguia abrir os olhos, de tão inchados, além de ter sentido muita dor. Mas o mais importante é que a vida dele foi salva”, concluiu.