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Gato morre após levar tiro perto do olho em Petrópolis (RJ)

3 de abril de 2014
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Foto: Carlos Silveira Jr.
Foto: Carlos Silveira Jr.

Moradores da Rua Coronel Veiga, no centro de Petrópolis, Região Serrana do Rio, estão chocados e com medo por conta da morte de um gato com um tiro no rosto. O crime aconteceu nesta segunda-feira (31) e as pessoas temem que o autor do disparo, que não foi identificado, cometa outros atos violentos com os animais domésticos na localidade. O tutor do gato não foi encontrado e o caso não chegou a ser registrado na delegacia, por isso, nenhuma investigação está sendo feita.

O pedido de socorro veio tarde demais. “Ele deve ter agonizado durante muito tempo, mas quando fui socorrê-lo já não havia mais tempo”, lamentou o supervisor de campo Carlos Silveira Júnior, de 32 anos, que encontrou o animal cheio de sangue próximo de sua casa no início da tarde desta segunda-feira. A mãe de Carlos, que mora em uma casa no mesmo terreno do filho, está apreensiva. “Temos dois cachorros e um deles é bravo. Ele late muito quando passa alguém na rua. Meu medo é que a pessoa que atirou no gato se irrite com o Chuck (o cão da família) e faça o mesmo com ele”, declarou Elisabete Fonseca Silveira, de 59 anos.

O animal foi enterrado em um terreno próximo. Segundo Carlos, o furo parecia ser de uma arma tipo espingarda. “Era de calibre pequeno, acredito que pode ser 22. A perfuração estava embaixo do olho direito”, descreveu. Os moradores acreditam que o crime pode ter sido cometido por algum criador de passarinhos, entretanto, não há informações sobre o autor do disparo, nem do tutor do gato.

O promotor de Justiça Celso Quintella, titular do Juizado Especial Criminal de Petrópolis, ressaltou que o caso poderia ser investigado com base no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais 9.605/98, que trata de maus-tratos a animais. Para isso, seria necessário que o registro policial tivesse sido feito. “A partir de agora os moradores devem ficar atentos e tentar reunir provas, caso haja uma nova situação desta”, afirmou o promotor, acrescentando que o ideal é que se tenha elementos para iniciar a averiguação. “É preciso ter alguma testemunha, alguém que tenha visto alguma coisa para se chegar ao culpado”, pontuou.

Animal ainda caminhou em busca de socorro

Segundo Carlos, dois meninos que aparentavam ter por volta de 10 anos de idade gritaram por socorro. “Escutei os gritos das crianças e fui até a janela, de onde vi o bicho. Parecia que ele estava coberto de lama e mexia as patas da frente. Peguei uma coberta para enrolá-lo e colocá-lo no carro, mas ele morreu antes”, contou o supervisor, acrescentando que a lama era, na verdade, sangue. “Fiquei com muita pena, indignado. Ele deve ter sofrido muito, agonizando em busca de socorro”, lamentou.

O caso gerou revolta também nas redes sociais. A ONG Irmão Animal divulgou o crime em sua página no Facebook e os comentários eram de indignação. “Cada dia que passa o ser humano surpreende mais e mais com tanta crueldade”, “me sinto de luto” e “existem por aí animais de duas patas, sem senso de ser humano”, foram algumas das declarações publicadas. A presidente da ONG, Carla Maduro, que recebeu o pedido de ajuda da família de Carlos, também desabafou na internet: “lamentamos por chegar tarde, lamentamos por sermos humanos”, disse ela.

Fonte: G1

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