EnglishEspañolPortuguês

ACIDENTE

Gato é salvo após resistir ao frio por três dias preso em árvore de 20 metros

A família do gato afirma que o animal só passou três dias em cima do pinheiro porque o Corpo de Bombeiros se negou a resgatá-lo

29 de julho de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
4 min. de leitura
A-
A+
Foto: Daniele Nardotto Ferreira/Arquivo Pessoal

Um filhote de gato de cinco meses de idade foi resgatado após ficar preso por três dias em um pinheiro de 20 metros de altura em Itaquaquecetuba, no interior do estado de São Paulo. O resgate foi realizado nesta quinta-feira (29) por uma equipe da Defesa Civil.

Batizado de “Atentato” pela família, o gato carrega em seu nome um pouco de sua personalidade. Segundo a tutora, Daniele Nardotto Ferreira, o acidente aconteceu na última segunda-feira (26) e, desde então, o filhote ficou preso na árvore, resistindo à fome e às condições climáticas.

O acidente aconteceu no Jardim América e gerou grande preocupação não só para a família de Atentado, mas também para a vizinhança, não só pela altura do pinheiro, mas também por conta da chuva e do frio.

“Agora ele está aqui andando pela casa, comeu um pouco, bebeu água. Agora está aqui dormindo. Ele estava bem fraquinho, não conseguia nem miar, mas agora está bem, graças a Deus. Acho que por causa do sol dessa manhã, ele estava sequinho já. Até os vizinhos aqui ficaram felizes”, contou a tutora ao G1.

Para o resgate, um caminhão “munck” foi utilizado. De acordo com a prefeitura, o gato estava a 19 metros de altura, tendo alcançado o limite que o guindaste do veículo consegue chegar. Apesar disso, o resgate foi tranquilo.

Foto: Daniele Nardotto Ferreira/Arquivo Pessoal

“Quando chegamos no local, visualizamos o gato na parte mais alta da árvore. Estava perto de sua copa, miando bastante. Ao fazer a incursão para realizar o resgate, foi possível identificar que ele estava desesperado, muito assustado”, contou Anderson Marchiori dos Santos Silva, coordenador da Defesa Civil.

Silva acredita que o gato tenha subido na árvore para fugir de cachorros que o assustaram. “Isso trouxe muito medo, não permitindo a descida. Ao se aproximar, deu a sensação de alívio, e um pouquinho assustado, mas não houve dificuldade alguma”, afirmou.

Bombeiros se negaram a fazer o resgate, diz tutora

Após tentativas frustradas de resgates terem sido realizadas pela vizinhança, com moradores subindo em telhados e oferecendo petiscos ao gato, Daniele recorreu ao Corpo de Bombeiros. No entanto, segundo ela, os militares se negaram a salvar a vida do animal.

Depois de muita insistência, a tutora teria conseguido convencer os bombeiros. Daniele afirma, porém, que a equipe chegou ao local e disse que não poderia fazer nada para ajudar o gato.

“Fiz várias ocorrências. Ele estava no meio do pinheiro e dava muito bem para socorrer com escada, só que me negaram. Alguns [bombeiros] foram educados, outros mal educados. Falaram que eles não são obrigados a fazer resgate de animal”, desabafou.

Foto: Daniele Nardotto Ferreira/Arquivo Pessoal

“Tentaram convencer eu e meu esposo de que aqui só existe um caminhão gigantesco, que não tem como subir no pinheiro, que seria só resgate via aérea. [Disseram] que não tinha como disponibilizar de lá de São Paulo um helicóptero. Falaram que ninguém vai dar ao trabalho de ter tanto gasto por causa de um gato”, completou.

Ao ser questionado sobre o caso, o Corpo de Bombeiros não se posicionou, tendo apenas afirmado que “é a Instituição que mais salva animais no Brasil, salvando cerca de 111 animais por dia”. A instituição disse ainda que, para ser resgatado, “o animal deve estar em situação de risco ou oferecendo risco e, principalmente, deve ter um responsável para a tutela do animal”.

“Em casos como esse, em que o animal esta em seu habitat natural, o solicitante deve observar, antes de acionar o Corpo de Bombeiros, se o animal realmente encontra-se em risco, se está com medo de algum outro animal ou se está em pânico pelo acumulo de pessoas”, diz a nota.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, “se todos esses cuidados forem tomados e essa situação persistir por alguns dias”, a instituição deve ser acionada. A espera por “alguns dias”, porém, pode custar a vida do animal.

Você viu?

Ir para o topo