Um gato precisou ser submetido a morte induzida, no domingo (3), em Jundiaí (SP), após ser espancado, na Vila Municipal, na região central da cidade. O crime foi presenciado por uma mulher, que tentou impedi-lo de matar o animal. Protetores de animais tomaram ciência do caso e registraram Boletim de Ocorrência. Um homem, suspeito do crime, será investigado pela Polícia Civil.
Jundiaí tem registrado muitos casos de maus-tratos e abandono contra animais. O espancamento do gato, até a morte, acabou por se tornar um estopim para que protetores e militantes decidissem se mobilizar para uma manifestação, para chamar a atenção das autoridades políticas e policiais para a ‘bagunça’, segundo os protetores, que se tornou a causa animal na cidade. A manifestação será realizada nos próximos dias.
O CASO
Uma protetora de animais estava em uma clínica veterinária, no momento em que uma mulher chegou socorrendo um gato, que estava bastante ferido. Enquanto o animal passava por avaliação veterinária, a protetora conversou com a mulher que havia chegado com o gato, e soube que os ferimentos eram em decorrência de um espancamento, com uso de paus e pedras.
O crime foi presenciado e parcialmente filmado por outra pessoa (colega da mulher que levou o animal até a clínica), que contou que estava trabalhando em uma casa, quando escutou um barulho vindo da rua. Ao sair no quintal, olhou por uma fresta na caixa de correio e avistou um homem batendo com o chinelo no capô de um carro, para que o gato, que estava sob o veículo, saísse de lá. Quando o animal saiu, ele passou a dar golpes violentos com pau e pedra nele. Neste momento ela saiu e tentou impedir que o homem o matasse, informando que havia visto e também filmado.
Ela então retornou para a casa onde trabalha e, pouco tempo depois, avistou o homem saindo de um terreno baldio na mesma rua. Em seguida, ela foi até o terreno e encontrou o animal agonizando e chamou uma militante da causa animal (a mulher que socorreu o animal ao veterinário), que o levou para sua casa e posteriormente até a clínica.
Na clinica, após avaliação, a veterinária entendeu que não havia nada que pudesse ser feito para salvar o gato, optando pela morte induzida. Em seu laudo, ela relatou: “Atesto que recebi para atendimento emergencial, por volta das 17h30, a mulher socorrista, buscando ajuda para um gato (preto com branco, macho, não castrado, pesando 4kg), que sofreu maus-tratos e ela encontrou na rua. O paciente sobre inspeção demonstrou ter aspirado sangue da cavidade oral por conta das lesões em boca, prejudicando assim sua respiração e saturação de oxigênio. Demonstrou não possuir reflexos de dor profunda em seus membros posteriores, sugerindo uma lesão em coluna e perda do movimento de suas pernas. O paciente citado, ainda apresentou um grande volume em cabeça e desorientação, sugerindo traumatismo crânio-encefálico e dor severa. A mulher nos consultou sobre o prognóstico e chance de vida do animal, o qual informamos ser reservado a ruim, fazendo a optar por morte induzida para alivio do paciente”.
A protetora que se inteirou do caso, ainda na clínica (que é policial civil, em são Paulo), convocou outros militantes e juntos foram ao Plantão Policial para registrar a ocorrência, na esperança de que o delegado plantonista entendesse que se tratava de flagrante delito, o que não aconteceu. O caso foi registrado como ato de abuso aos animais e será investigado pelo 7º DP.
Na segunda-feira (4), os protetores fizeram diligências na tentativa de reunir mais elementos que corroborem o crime e assim poderem ajudar a Polícia na agilidade da investigação sobre o caso.
Fonte: Jornal de Jundiaí