Maria Clara
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Há cerca de dez dias, quando cheguei à praça para cuidar dos gatinhos que protejo, os dois garis que me dão uma força lá com eles me chamaram para mostrar um gato que “estava morto”. Achei estranho porque todos estavam ali comigo e fui ver.

Não estava morto, estava em estado de choque, apavorado, e não se mexia, num lugar cheio de fios elétricos, um buraco que tem dentro de uma casinha que tem lá, onde os garis guardam aquelas latas grandes com rodinhas. Tive medo de meter a mão naqueles fios, peguei ração e ele levantou levemente a cabeça. Eu precisava saber se estava ferido, ou apenas apavorado e sem entender aquela situação terrível, pobrezinho. Falei com ele e ele me olhou, então pedi que os garis saíssem para eu poder tentar tirar o gato do buraco, com tanta gente ele teria medo.

Chamei, insisti, conversei, dei uma bronca no Raj (ciumento) que veio rosnar pra ele, falando baixinho, claro, ele obedeceu e saiu, aí o gatinho finalmente saiu do buraco, passei a mão nas costas dele, um lindo gato branco de olhos amarelos, com uma linda pelagem bem tratada, e manso, vi logo que não era gato de rua, devem ter abandonado ou ele fugiu de algum lugar, mas de onde?

Foi tudo muito rápido porque ele correu para o fundo e se escondeu atrás de uma tralha que sempre tem lá, pelo menos deu p/ eu ver que estava bem físicamente. Deixei bastante ração e água, porque só posso entrar quando o portão está aberto, é um portão de barras de ferro que fica trancado, mas os gatos podem entrar e sair, achei que ele precisava descansar.

Depois disso, não o vi mais, mas sempre deixava comida e água, através da grade do portão, pelo menos não faltaria boa comida e água fresca, além de estar abrigado do frio e da chuva. Não o vi durante dias, e nem os garis, achei que tinha sumido de lá, mas no dia 15 de junho, quando cheguei de manhã, o rapaz veio me falar que tinha achado. Fui logo ver, o bichinho subiu no rebaixo de gesso, que está parcialmente quebrado, e se escondeu lá, para fugir dos outros gatos. Subi num banquinho para alcançá-lo, o rapaz já estava amigo dele, ele é muuuito mansinho, vem logo para a ponta do gesso quebrado para receber carinho.

Botei comida e água lá em cima, mas ele tem que sair alguma hora para fazer as necessidades e esticar as perninhas, como vocês podem ver nas fotos, não dá nem para ficar em pé, e ele está com a carinha toda arranhada pois apanhou dos outros.

Não tenho como trazê-lo para casa, infelizmente, mas preciso ajudá-lo a encontrar uma família, é gatinho criado dentro de casa, não tem medo e nem sabe se defender dos humanos.

Não consegui nem ver ainda se já está castrado ou não, mas ofereço a castração, caso não esteja. Só posso resgatá-lo já com adoção certa, ou lar temporário até ser adotado.

Uma conhecida se prontificou a adotá-lo qdo comentei que ele tinha sido jogado na praça, mas , nesse meio tempo  em que ele ficou sumido, o vizinho dela deu um filhote de presente, e o pobrezinho perdeu uma boa adoção, mas ele tem toda chance de conseguir outra, é um animal jovem, lindo e doce. Se eu pudesse, já teria trazido para casa.

Vejam as fotos, onde ele está, e a carinha arranhada, foram tiradas no dia 16.

Quem puder ajudar, escreva para [email protected] ou ligue para 21 91182386, se eu não puder atender, é só deixar recado que eu retorno.

Está na Praça Nossa Senhora da Paz, na cidade do Rio de Janeiro (RJ).