Vick é uma gata especial. Ela nasceu sem os dois olhos, uma condição chamada anoftalmia bilateral.
A felina foi encontrada andando sozinha na rua em Catanduva, cidade no interior de São Paulo, quando ainda era uma filhote com cerca de dois meses.
Os voluntários do Projeto Pet Catanduva resgataram a gatinha e logo perceberam que ela não enxergava, por isso a levaram para uma avaliação na Clínica Veterinária Felinos. Foi lá que a vida dela mudou completamente.
As veterinárias Bárbara Nigro e Francyeli Salino, proprietárias da clínica, caíram de amores por Vick.
“Todo dia a gente cuidava dela, brincava com ela, e fomos criando laços, o que fez com que cada vez mais eu me apaixonasse por ela. Porém, a princípio, eu não tinha intenção de adotar mais um gatinho, porque já tínhamos seis em casa”, conta Francyeli.
Mas o charme de Vick foi irresistível, e as veterinárias resolveram ficar com a gatinha.
Francyeli sabia que a bichana tinha poucas chances de ser adotada. Afinal, além da deficiência, ela tem a pelagem chamada popularmente de “escaminha”, nas cores preta e amarela. E as escaminhas, junto com os frajolas e os gatos adultos, são os mais rejeitados na hora da adoção.
Apesar de não enxergar, a felina é muito saudável e brincalhona. A rotina dela é compartilhada para os seus mais de 75 mil seguidores no Instagram.
“Não conseguir ver não a impede de fazer nada. Eu acho que o que mais chama a atenção das pessoas é o quanto ela é incrível! Ela ama viajar e passear de guia, adora sentir cheirinho do novo, ela brinca, ela pula, ela sobe nos móveis, como um gato normal faz. Ela aprende muito fácil as coisas, eu costumo falar que ela só não enxerga, porque ela é terrível, viu?”
A veterinária revela que Vick não tem medo de nada e, por isso, é ela quem manda na casa. Mas, apesar da personalidade forte, a bichana se dá muito bem com os outros gatos.
“O único cuidado a mais que eu tenho com ela é colocar um colchão embaixo das prateleiras e do nicho que ela gosta de subir. Isso é para ela não se machucar, caso se desequilibre e caia”, afirma.
Hoje, Vick tem pouco mais de um ano de idade e tem a vida que todo gatinho merece.
Fonte: Folha de SP