A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu, na manhã de segunda-feira (21/07), uma mulher de 37 anos acusada de maus-tratos a uma gata em Araxá, no Alto Paranaíba (MG). O caso chocou a população após imagens da gata, pintada de rosa com tinta para madeira, produto tóxico e inadequado para contato com qualquer ser vivo, circularem nas redes sociais.
Segundo informações da Delegacia Especializada do Meio Ambiente, a denúncia foi recebida no domingo (20/07), quando imagens dela, já com o pelo tingido, foram amplamente compartilhadas. A gata, de pelagem branca e sem raça definida, foi vista caminhando desorientada pelas ruas do município.
Na manhã seguinte, a polícia conseguiu localizar tanto a gatinha quanto a tutora. Ao chegar à residência, os investigadores se depararam com um cenário alarmante: condições de extrema precariedade e insalubridade, sem qualquer sinal de água potável ou ração disponível para a gata. O local demonstrava abandono, negligência e absoluta falta de condições mínimas para qualquer forma de cuidado com um animal.
A autora do crime confessou que pintou ela com tinta para madeira, substância altamente tóxica, sem qualquer consciência ou respeito pelo bem-estar do ser que estava sob sua guarda. Diante da gravidade da situação, a mulher foi presa em flagrante com base na Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98), que prevê reclusão de dois a cinco anos para casos de maus-tratos contra cães e gatos, além de multa e proibição de guarda.
A gata foi imediatamente resgatada e encaminhada para atendimento veterinário, onde passou por procedimentos de descontaminação e avaliação clínica. Ainda não há informações sobre as possíveis sequelas decorrentes do contato com o produto químico.
O caso segue sob investigação e levanta novamente o alerta sobre a importância de fiscalizações mais rigorosas, políticas públicas efetivas de proteção animal e da educação para a guarda responsável. Animais não são objetos de entretenimento, muito menos passíveis de intervenções cruéis ou degradantes por capricho humano.
Nota da redação: A prática de pintar animais, seja com produtos específicos ou substâncias químicas, é uma forma de violência e violação de seus direitos. Colorir um animal não é inofensivo, é invasivo, tóxico e profundamente desrespeitoso. A ANDA defende que todos os seres sencientes merecem viver com dignidade, livres de abuso, negligência e apropriações abusivas de sua imagem e corpo. É fundamental que autoridades não apenas responsabilizem os infratores, mas também promovam campanhas educativas que reforcem os direitos dos animais e o dever coletivo de protegê-los.