As despesas mensais com os porcos que sobreviveram ao tombamento de uma carreta no Rodoanel, em Barueri, na terça-feira (25), e foram levados para um santuário de animais em São Roque (SP) pode passar de R$ 22 mil por mês. Essa é a estimativa do secretário executivo da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), Guilherme Carvalho, em entrevista ao G1. Para ajudar a arcar com os custos, que envolvem alimentação, abrigo e medicamentos, os ativistas criaram uma “vaquinha” na internet e já aumentaram a meta de arrecadação duas vezes.
Segundo um balanço divulgado pelo grupo que está cuidando dos animais, dos 110 suínos que eram transportados pela carreta – todas fêmeas –, 19 morreram no local. No total, 69 foram levados para o santuário, mas 24 morreram em virtude dos ferimentos causados durante o resgate. Nesta quinta-feira mais 22 animais foram resgatados do matadouro.
Segundo Carvalho, o custo mínimo mensal com cada porca é estimado em R$ 500. “Isto sem contar os investimentos de infraestrutura para abrigar os animais, como água, abrigo. São muito gastos, então é difícil saber o valor necessário até que eles fiquem aptos para serem doados. Ninguém sabe quanto tempo os animais vão precisar ficar lá”, afirma.
Dos suínos sobreviventes, quatro estão em acompanhamento. “Eles estão apáticos, sem demonstrar apetite ou energia e precisam de cuidados mais intensos. Os ferimentos são muito graves. Os demais não apresentam, em princípio, um estado crítico que exija o recurso último da morte induzida.”
‘Vaquinha’ para os porcos
De acordo com o secretário executivo, o grupo não descarta ainda aumentar novamente a meta da “vaquinha” que está sendo realizada para ajudar o santuário. Os ativistas criaram um projeto de crowdfunding na terça-feira (25) para ajudar a financiar alimentos, medicamentos e o abrigo para os animais resgatados.
O objetivo era reunir R$ 50 mil, mas quando o valor estava próximo de ser alcançado, aumentou para R$ 200 mil, e agora está em R$ 300 mil. Até a publicação desta reportagem o valor arrecadado já passava de R$ 228 mil.
Segundo os organizadores, como não há uma previsão de quanto será necessário, estão tentando angariar o máximo possível de fundos. De acordo com Carvalho, ainda não há uma definição se este número será alterado novamente ou não.
“Este primeiro momento é o mais crítico, porque este dinheiro que está sendo arrecadado só será liberado daqui duas semanas, devido ao processo do site. Então estamos emprestando dinheiro de ativistas para conseguir custear esta fase inicial”, explica Carvalho.
Doação de alimentos
Ainda nesta quarta-feira, o santuário recebeu um caminhão de alimentos vindos do Ceasa de São Paulo. Parte dos vegetais foi doada, chamados de “fim de feira”, e a outra parte foi comprada. Os alimentos já começaram a ser distribuído para os suínos. “Nós temos aproximadamente duas toneladas de alimento lá no santuário que devem durar por, no máximo quatro dias”, estima o secretário executivo da SVB.
A ativista dona do santuário, Cintia Frattini, diz que está contando com a ajuda de voluntários também para manter os animais no local. Além de água, segundo ela podem ser doados alimentos como bolacha velha, pão vencido, fubá, farinha, arroz, verduras, rações de animais. “Porco come de tudo. Estamos aceitando qualquer coisa”, diz.
Como o endereço do local é mantido em sigilo, por conta da segurança das porcas, a recomendação de Cintia é que sejam criados pontos de coleta para organizar a entrega dos alimentos. “O santuário não é um zoológico, por isso não está aberto para visitação. Então pedimos que as pessoas organizem pontos de coleta e venham em dois ou três voluntários ou liguem pedindo para ir buscar”, explica.
Fonte: G1