Por Carol Keppler (da Redação)
Não bastasse a exploração dos cães para a “função” de segurança, moradores de um bairro de chácaras de Uberlândia, em Minas Gerais, estão usando gansos como aves de guarda, para se proteger contra ladrões. Apesar de ficarem soltos nos quintais, o argumento para o “uso” das aves é típico de quem não se importa com a vida ou o bem-estar dos animais.
Os exploradores alegam o baixo custo da ave que “requer poucos cuidados” e “fica alerta dia e noite”. Dizem ainda preferir gansos a grades, já que “o animal funciona como uma sirene e serve para dar o alarme”, além de “ter campo de visão e olfato mais apurados que o do cão”.
Há quem chegue a comparar as vantagens do animal à alta tecnologia de segurança: “Mesmo que falte energia, mesmo que a bateria descarregue, o ganso não descarrega nunca, está sempre ativo”.
Posturas assim vão na contramão da história e da evolução. Enquanto há o início de um esforço mundial e de um despertar relacionado aos direitos dos animais e ao respeito a todas as espécies de vida, algumas atitudes se mostram retrógradas e sugerem novos riscos para novas espécies.
Pode não demorar muito para que haja pessoas fazendo o possível para deixar “seus” gansos cada vez mais bravos e treiná-los para atacar quem se aproxima. Em seguida, quem sabe, haverá acidentes envolvendo crianças, que classificarão os gansos como animais muito perigosos, descontrolados, ferozes.
O passo seguinte deve ser o de uma autoridade, muito preocupada, insistir em prender ou extinguir essa raça de animais tão violentos por natureza.
E assim se dão os ciclos de desrespeito e exploração.
Com informações de O Globo