Por Marcela Couto (da Redação)
Um ganso canadense com uma flecha de 60 centímetros cravada no peito acabou buscando ajuda no lugar certo, em New Jersey.
“Esse ganso é muito esperto,” disse Bernard Levine, o veterinário aposentado dono do quintal em que o pássaro ferido apareceu há algumas semanas. “Ele conseguiu cair justo no quintal de um veterinário que podia cuidar bem de seus ferimentos.”
Então Levine, 82, alimentou o ganso, o capturou, fez uma cirurgia de emergência e ainda o transportou até a maior reserva de reabilitação de aves do país, a Raptor Trust.
O animal permaneceu no local por três semanas, até que foi libertado na semana passada em uma área florestal. Levine acompanhou todo o processo de soltura, testemunhando o resultado de sua boa ação.
“É maravilhoso vê-lo livre, aproveitando a vida como um ganso deveria”, disse o veterinário.
Apesar de a maioria dos amantes de pássaros parabenizarem Levine, alguns dizem que salvar gansos não é uma boa ideia porque eles representariam uma suposta “perturbação”.
Fontes construídas em parques, campos de golfe e outras propriedades semelhantes atraem os gansos, que poluem a água e o solo com excrementos, atrapalham o trânsito e dominam locais públicos. Sob essa mesma lógica, talvez seres humanos não devessem ser salvos também.
Os biólogos americanos estimam que a população de gansos em 2009 era de 1 milhão de indivíduos, o que ainda representa uma queda de 11% em relação ao ano anterior.
As leis de proteção ambiental de New Jersey proíbem a caça de aves aquáticas com flechas, embora atirar em um ganso para matá-lo seja legalizado na chamada “temporada de caça”. Em ambos os casos tirar a vida do animal não é justificável, afinal não há diferença moral entre balas ou flechas quando usadas para um assassinato.
Com informações de Los Angeles Times