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Galo que sobreviveu a um despacho de macumba precisa de um lar

12 de julho de 2009
1 min. de leitura
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Silvana Sita
[email protected]

Foto: divulgação
Foto: divulgação

Esse é o Chico. Foi encontrado no dia 26 de junho de 2009 num cruzamento entre a Avenida Alberto Pasqualine e a Rua 24 de agosto. Ao seu lado tinha duas velas vermelhas acesas, milho e alguns papéis decorativos. Ele estava imóvel e, para os desatentos, parecia apenas mais um galo morto em despacho. Acontece que estava vivo, mais morto do que vivo é verdade, mas ainda sentia a dor de sua existência e o peso de ter nascido em uma espécie desfavorecida. Óleo pingava de suas penas e sua tontura e sofrimento impediam-lhe de alguma reação.

Passou uma semana a base de antibióticos e comendo pouco. As barbáries que fizeram com seu pequenino e frágil corpo deixaram marcas profundas. Mas, depois de toda vida de sofrimento, nascido entre muitos, jogado em uma gaiola, forçado a ingerir porcarias e banhado em óleo, encontrou ele, hoje, seus dias de paz e sossego. Seu canto, feliz, ainda leva a marca dos dias ruins, é rouco. Mas isso não faz dele um galo menos completo; com sua curiosidade, investiga cada canto do seu jardim provisório.

Infelizmente, ele não poderá permanecer comigo. Moro numa casa que não me pertence e, por isso, tenho de ceder às regras dos donos. Ele agora procura um novo lar, onde possa ter uma área grande para investigar, um lugar abrigado para dormir, atenção e pessoas que gostam dele, para não deixar que lhe falte nada.

Se chamar pelo seu nome, ele pode não vir, mas responderá.

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