Uma galinha que foi encontrada na rua com uma asa e as patas quebradas foi adotada por uma família de Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo. Os novos tutores de Vitória, que recebeu esse nome por ter sobrevivido aos maus-tratos, decidiram adotá-la por terem se comovido com o sofrimento dela.
Resgatada no final de setembro, a galinha ainda se recupera das cirurgias as quais precisou ser submetida após ser maltratada. Impossibilitada de levantar e caminhar, ela ganhou uma rede feita pela própria família que a adotou para que possa viver com conforto.
A ave foi adotada pela família da professora Maristela Ribeiro após sua filha encontrá-la na rua ao passear de bicicleta com a tia. “Ela me ligou chorando. Perguntei o que estava acontecendo. Ela disse que tinha visto a galinha mexendo no meio no arbusto. A galinha gritava, rolava de um lado pro outro, e elas não conseguiam pegar. Ficaram chorando”, contou a professora ao G1.
Preocupada, Maristela foi até o local levando consigo uma caixa de plástico e um tapete. “Ela estava toda molhada de dendê e tinha formiga mordendo ela, muita mosca. Peguei ela, ela gritava. As asas estavam quebradas, viradas ao contrário. Levei pra casa, dei um banho, enrolei no cobertor e dei comida. Acho que ela estava com muita fome”, contou.
Ao perceber que a galinha tinha fraturas expostas, a professora decidiu levá-la ao veterinário. Socorrida por Jeferson Renan de Araújo Leite, ela passou por cirurgias e recebeu medicações. Para o profissional, não resta dúvidas de que os ferimentos da galinha foram causados de maneira proposital por uma pessoa.
“Ela estava com as duas pernas quebradas e as duas asas com fratura exposta. Foi feito com a mão aquilo. Quebraram as pernas, justamente, para não se movimentar”, disse. “Durante o tratamento, uma das perninhas teve infecção. Teve que ser amputada e parte da asa [também]. Agora o animal está bem melhor. Não consegue parar em pé, porque a outra perna também ficou bem lesada”, completou.
Para que a ave pudesse ficar mais confortável, a filha de Maristela construiu uma rede improvisada usando uma cesta de basquete de brinquedo e um saco de laranja. Apesar do improviso, os objetos foram cuidadosamente escolhidos para que houvesse ventilação e a ave não sofresse com assaduras.
E a professora deixa claro que não abre mão de proteger a galinha, que encontrou uma família que a trata com dignidade e afeto, embora sua espécie seja subjugada e explorada pela sociedade. “Vou cuidar dela sim. Maltratada do jeito que foi… Eu não gosto disso. Não posso ver maldade com animais. O nome dela é Vitória, porque [resgatá-la] foi uma vitória, realmente. A gente está cuidando com muito amor e carinho”, disse.
O carinho é tanto que a galinha dorme todas as noites no quarto de sua nova tutora, junto do cachorro da família. “Estamos cuidado, fazendo curativos e dando remédio. Agora ela dorme no meu quarto, está gordinha, calminha. Ela é uma gracinha. Muito linda”, concluiu Maristela.