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ARGUMENTAÇÃO

G269 e Move Institute protocolam denúncia sobre exportação de animais vivos no Brasil

2 de junho de 2025
3 min. de leitura
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O Grupo G269, junto com o Move Institute, movimentos apartidários, composto por 190 membros, incluindo ativistas e ONGs, cujo propósito é a defesa dos direitos animais e do meio ambiente no Brasil, protocolou dia 23 de maio, denúncia na ONU contra a extrema crueldade, contaminação do meio ambiente entre outros crimes cometido pelo agronegócio no Brasil devido à exportação de animais vivos por via marítima. “Neste momento, enfrentamos um desafio monumental para colocar fim ao transporte de carga viva para abate em nosso País. Em países como a Nova Zelândia, Grã-Bretanha e Luxemburgo, a proibição já é uma realidade. Na Austrália, grande exportador de animais vivos, esse comércio asqueroso terá fim em maio de 2028”, ressalta a carta dos ativistas.

Entre os argumentos utilizados, está a alegação que o fim da atividade não afetará drasticamente os resultados financeiros, pois o Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo, mas, em 2021, a participação do Brasil na comercialização de gado vivo foi de apenas 1%.

E, o documento lembra: “os compradores de animais vivos, Iraque, Turquia, Egito, Líbano e Jordânia e alguns outros, podem adquirir carne processada do Brasil, já que cerca de 90% dos frigoríficos brasileiros estão habilitados a vender carne Halal.”

Além da situação vexaminosa passada pelo Brasil quando o Navio Al Kuwait atracou na Cidade do Cabo, em fevereiro de 2024, com 19 mil bois embarcados no Porto de Rio Grande, (RS), que parou o local devido ao mau cheiro e os laudos de extremos mais tratos emitidos pelos veterinários da NSPSA (Conselho Nacional de Sociedades para a Prevenção da Crueldade contra os Animais), que deu a alcunha de navio da morte para a embarcação, os ativistas denunciantes ainda se referem a outras situações.

Foto: NSPCA

“Em 4 de maio de 2024, quando o Rio Grande do Sul sofria a maior enchente já registrada no Brasil, no Porto de Rio Grande, 28 mil bois foram embarcados no navio NADA, o mesmo navio que teve o embarque detido por uma liminar no Porto de Santos, em 2018. Nem a chuva que vitimou mais de mil pessoas e milhares de animais, além de arrasar mais de 60% do território gaúcho, 478 municípios, invadidos por 14 trilhões de litros de água, que equivale a quase metade da Usina Hidrelétrica de Itaipú, parou o embarque, Em uma ação que se mostrou impiedosa” , cita o documento.

E, ainda: “O porto de São Sebastião está localizado em uma área de mangue, local turístico com muitos remanescentes de mata atlântica. A passagem dos animais deixa rastro de dejetos durante o transporte dos bois em caminhões, muitos clandestinos, que cobrem as vias públicas e acabam no mar, resultando, além dos maus-tratos, em crimes sanitários e ambientais ― sob a inércia dos órgãos fiscalizadores”, denuncia.

A carta lembra que há mais de 10 anos,  inúmeras ONGs brasileiras, além de grupos de ativistas independentes, têm tentado denunciar na Justiça e para vários setores  do Governo Federal, este horror, mas têm seus processos engavetados repetidas vezes. “É uma luta contra gigantes, que priorizam interesses financeiros sobre o bem-estar de humanos e animais”, acusa.

O documento lembra que em 2021, a Organização para Alimentos da própria entidade afirmou que o transporte de animais vivos favorece a propagação de doenças já que animais de diferentes rebanhos são confinados em ambientes estressantes e com pouca ventilação, sendo os epidemiologistas alguns dos maiores críticos deste tipo de atividade.

A carta, assinada pela advogada Antilia Reis, conhecida por ter salvado da morte um rebanho de  mais de 600 búfalas, privadas de alimentação e de água, quando o fazendeiro decidiu mudar o ramo de atividade, em Brotas (SP) em 2021, e pela veterinária Maria Eugênia Carretero, doutora em Patologia, é finalizada pedindo que a ONU “considere impor sanções administrativas e econômicas ao Brasil, pois, além do mencionado acima, não há transparência nos dados, além de intervir junto aos países compradores, “que colaboram com tais crimes e deveriam ser responsabilizados em caso de acidentes e catástrofes previamente anunciadas”, finalizam.

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