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Futuro da carne pode ser longe dos animais

22 de março de 2020
3 min. de leitura
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O mercado global de alternativas à carne está passando pelo seu melhor momento desde que produtos não animais ganharam mais visibilidade nos últimos anos


O mercado global de alternativas à carne está passando pelo seu melhor momento desde que produtos não animais ganharam mais visibilidade nos últimos anos. No Brasil, a partir de 2018 esse mercado passou a ganhar mais holofotes e por motivos diversos associados à oferta de produtos veganos, que cresceu 677% em quatro anos, motivada por mudanças parciais ou viscerais de hábitos de consumo.

Carne de micoproteína (fungo) desenvolvida pela Quorn no Reino Unido e que imita a carne de frango (Foto: Reprodução/Vegazeta)

Proteínas não animais estão se tornando mais bem aceitas

Hoje, diferente de anos atrás, alimentos de origem vegetal e de outras fontes não animais também são mais bem aceitos e reconhecidos como boas fontes de proteínas, o que derruba mitos sobre a tão vaticinada suposta necessidade de proteínas de origem animal, e contribui com a popularização das alternativas à carne.

Além disso, diversidade e disponibilidade favorecem um novo olhar do consumidor, que se hoje ainda não tem acesso à parte desses produtos, já entende que essa deve ser uma nova barreira a ser derrubada pelo mercado se a intenção é ampliar a circulação e consumo desses alimentos que, com base na realidade atual, já devem movimentar o equivalente a mais de 41 bilhões de reais até 2026, com taxa de crescimento anual composta de pelo menos 7,8%, segundo a empresa de pesquisa global de mercado Allied Market Research.

Barateamento de custos e mapeamento genético

Nos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e em alguns outros países da Europa, onde o acesso a esses produtos é mais facilitado, essa já é uma preocupação. Então não há outro caminho que não seja o barateamento dos custos de produção, caso o fabricante tenha dificuldade em reduzir o preço de seus produtos – sejam destinados ao food service ou varejo.

Uma possibilidade já praticada por startups internacionais do ramo alimentício tem sido substituir um ou outro ingrediente mais caro por outro equivalente ou semelhante (em vários casos, a identificação tem sido feita por mapeamento genético) em relação aos valores nutricionais, mas que seja mais barato e, de preferência, cultivado localmente ou pelo menos na região de desenvolvimento do produto – beneficiando outros produtores ligados à economia local e limítrofe.

Importância em oferecer produtos de qualidade

Ademais, quando esses alimentos não animais têm qualidade, o que também significa bons valores nutricionais, trazem o adicional da associação com ganho em saúde e qualidade de vida, o que passa a ser um novo estímulo ao consumidor que, hoje, diferente de 10 ou 20 anos atrás, está se tornando mais consciente da importância de melhores escolhas alimentares, que por extensão beneficiam não apenas nós mesmos, mas também os animais e o planeta.

Conforme esses produtos ganham atenção e caem no gosto do público, suprime-se cada vez mais a crença da suposta importância dos alimentos de origem animal, e assim mais pessoas deixam de ver esses alimentos com os mesmos olhos de anos atrás.

Considerando as boas previsões de crescimento, isso tende a ser determinante também na redução de ofertas de produtos animais enquanto os não animais conquistam cada vez mais espaço. Em síntese, se o consumidor e o mercado colaborarem, o futuro da carne pode ser longe dos animais.


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