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ACOLHIMENTO

Funcionários de obra portuária adotam gato que estava abandonado e o promovem a 'engenheiro de sonecas', no litoral do PR

Gatinho Marcelo apareceu em 2024 e se tornou "membro" da equipe do setor de Meio Ambiente e Segurança do Moegão. Para os trabalhadores, a presença dele torna o ambiente de trabalho mais leve.

7 de junho de 2025
Izabelly Fernandes
6 min. de leitura
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Foto: Claudio Neves/Gcom Portos do Paraná

Em um dia despretensioso de outubro de 2024, o gatinho Marcelo apareceu entre os contêineres do almoxarifado da obra do Moegão, no Porto de Paranaguá, no litoral do Paraná. Na época, o nome dele não era esse, mas hoje ele tem até crachá de funcionário e foi promovido a “engenheiro de sonecas” da obra.

O gatinho, que estava abandonado, foi adotado pela equipe do setor de Meio Ambiente e Segurança do Moegão, embora diariamente ele conquiste o coração de funcionários de outros departamentos. Para os trabalhadores, a presença do gatinho é como um indicador de um bom ambiente de trabalho.

O engenheiro de segurança do trabalho, Felipe Zeppelini, foi quem viu o gato pela primeira vez. Como não conseguiu pegá-lo, teve a ideia de acionar outro funcionário, que já tinha gatos em casa, e pediu para que ele trouxesse um pouco de ração para servir como “isca” para o gatinho.

“No dia seguinte colocamos a ração no pote. Ficou o dia inteiro e no fim do dia ele apareceu. Ele estava bem magrinho e acreditamos que ele tenha sido abandonado”, contou Zeppelini.

Desde então, com ração, petiscos, caminha e brinquedos à disposição, o gatinho nunca mais foi embora. Mesmo vivendo solto entre os vários departamentos da obra, os funcionários afirmam que ele nunca “fugiu”.

O engenheiro contou que, a princípio, todos achavam que o gato era, na verdade, uma gata. Foi após uma consulta ao veterinário que a equipe descobriu que o animal era macho e já havia sido castrado.

O nome de Marcelo foi inspirado em um dos integrantes da equipe, um técnico de segurança que tem o mesmo nome.

“Esse técnico falou ‘ah esse gato parece comigo, tem o olho azul e é meio magricelo’, aí começamos a chamar ele de Marcelo na brincadeira. Depois que descobrimos que ele era macho, o nome ficou”, contou o engenheiro.

Foto: Claudio Neves/Gcom Portos do Paraná

Zeppelini trabalha há 15 anos em obras e conta que é comum que animais abandonados apareçam neste locais. Por isso, resgatá-los e acolhê-los se tornou um costume. Para ele, a presença do companheiro torna o ambiente de trabalho mais feliz e leve.

“O Marcelo se tornou um indicador de um bom ambiente de trabalho. Aqui todos gostam dele e ajudam a cuidar um pouquinho também. Outras pessoas de outros departamentos quando vêm aqui, têm esse contato com ele e também acabam sendo conquistados”, contou Zeppelini.

Marcelo ganhou até crachá de funcionário

Marcelo ficou tão querido por todos que virou até membro da equipe. Como prova disso, ele ganhou um crachá feito por um estagiário, nos padrões das demais identificações dos funcionários do Porto.

“Uma funcionária nossa que trouxe uma coleirinha bonitinha pra ele e aí o nosso estagiário decidiu fazer esse crachazinho. Ele tem algumas letras que identificam onde o funcionário pode acessar ou não e aí, no do Marcelo, o pessoal colocou a sigla ‘MIAU’ e colocou a função que ele exerce aqui, como engenheiro de sonecas”, explicou Zeppelini.

Marcelo desempenha o trabalho da soneca com maestria, intercalando os momentos de soninho entre as várias caminhas que tem no departamento. Uma delas fica numa espécie de pracinha em frente ao escritório, e é composta por uma caixa de papelão e um travesseiro, que estão com ele desde que chegou ao Moegão.

Ele também tem outra dentro da sala do engenheiro, em frente à pracinha. Lá a caminha fica em cima de um armário, mas Marcelo também costuma tirar as sonecas entre mesas e teclados dos funcionários.

Após ser mimado com muitos petiscos, Marcelo precisou fazer dieta

Foto: Claudio Neves/Gcom Portos do Paraná

De tanto ser mimado com petiscos, Marcelo precisou passar até por uma dieta. Foi o auxiliar de escritório Ganaliel Machado que precisou fazer uma placa com a foto do gatinho, orientando para que os funcionários parassem de alimentá-lo.

“Ele chegava em cada sala e comia um pouquinho aqui, comia um pouquinho ali. Ele mesmo abria as gavetas para poder pegar a comida sozinho, roubava a comida… De repente, ele ficou tão gordinho que não conseguia mais pular direito. Ele pulava e caía. Até que chegou o momento em que a equipe precisou intervir”, explicou o auxiliar.

Com isso, os petiscos que eram dados a todo momento acabaram e a comida, agora, é balanceada. As refeições passaram a ser realizadas três vezes ao dia: pela manhã, no meio do dia e no fim da tarde.

Fonte: G1

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