O caso das búfalas que vivem na Fazenda Água Sumida, em Brotas (SP), ganhou mais um capítulo nessa semana. Dois funcionários da propriedade foram presos por se omitir nos cuidados com os animais.
Depois de receber diversas denúncias por parte de organizações em defesa dos direitos animais e ativistas, o delegado Douglas Brandão do Amaral esteve na propriedade junto com uma equipe da Polícia Civil. Na visita surpresa, os agentes encontraram os animais novamente em situação de maus-tratos.
Acusado de negar alimentação e água para quase mil búfalas e bezerros que vivem na área, o pecuarista Luiz Augusto Pinheiro, de 61 anos, recebeu nova ordem de prisão em flagrante. Ele e mais dois funcionários, o administrador da fazenda, de 46 anos, e um policial aposentado, de 57 anos, que estavam no local, foram encaminhados para a delegacia e responderão por crime de abuso a animais e associação criminosa. Infelizmente, Augusto não estava no local no momento da visita dos policiais, seu paradeiro é desconhecido. Já os funcionários foram liberados após o pagamento de fiança e responderão em liberdade.
Um novo documento foi anexado ao processo contra o pecuarista, relatando que durante a visita policial foi constatado que os animais estavam, novamente, sem acesso a água e comida. Ao ver as autoridades, o administrador e o segurança, acionaram a água do poço para o bebedouro das búfalas. “Imediatamente, os búfalos que escutaram o barulho da água passaram a ir a sua direção. Os pequenos tentando entrar em meio aos pesados para conseguirem saciar a sede, colocando em risco a própria vida”, contou o delegado em entrevista para o portal ICNET.
Foi constatado ainda que, em uma outra região, mais de 100 búfalos tinham água à disposição, porém nenhum tipo de pastagem. Os animais já estavam fracos e apresentavam sinais de debilidade. Búfalos são animais que precisam de água para manter a temperatura corporal saudável. Lembrando que a localidade da Fazenda Água Sumida é predominantemente quente e seca, o que agrava a situação que esses animais precisam suportar.
Os voluntários presentes no resgate e tratamento das búfalas estão precisando se alojar em uma estrada vicinal para acompanhar os animais. O hospital de campanha erguido pelos defensores teve a energia elétrica cortada, afetando a validade de medicamentos essenciais para o tratamento delas, além de tudo, os militantes tem que enfrentar obstáculos para usar os equipamentos na remoção de animais em estado grave.
Repercussão
Nessa semana, o caso das búfalas sofreu algumas reviravoltas após a juíza Marcela Martiniano, determinar que o responsável pelos animais, o pecuarista Luiz Augusto Pinheiro, tivesse a tutela revogada da ONG Amor e Respeito Animal (ARA).
A ONG ARA está à frente dos trabalhos na propriedade e é responsável pela denúncia de maus-tratos e tentativa de assassinato na propriedade. Após manifestações dos ativistas e simpatizantes, o caso gerou repercussão nacional e ganhou o apoio de celebridades que apoiam a causa animal e repudiam qualquer tipo de crueldade contra seres indefesos.