No último domingo (27), o vídeo de uma funcionária da clínica Tutti Cane chutando um cão da raça pug causou revolta no Facebook. As imagens mostram o momento em que a pessoa que passeia com o animal chuta a perna traseira direita do cão. A funcionária, uma senhora de 63 anos, foi demitida na segunda-feira (28). “Era uma pessoa tranquila, nunca iríamos imaginar”, comenta Marco Moretti, um dos proprietários do hospital veterinário que funciona no Centro de Apoio II.
O filme foi enviado de forma anônima junto com uma carta ao jornal Alpha Cidade, que divulgou o conteúdo de ambos materiais em sua página na rede social. “Como já tinha presenciado esse fato antes com essa mesma funcionária e avisado a clínica sem maiores resultados, resolvi filmar. Assim que liguei a câmera, a funcionária começou a voltar para a clínica”, pontua a denunciante.
Adriane Possatto, proprietária da Tutti Cane, nega que o alerta tenha sido feito. “Ligaram avisando que fizeram um vídeo e que iriam denunciar, sem se identificar. Pedi para que trouxesse o vídeo para que a gente visse. No dia seguinte vimos na internet”, declara.
Para os proprietários a atitude da funcionária foi chocante, já que não demonstrava qualquer tipo de agressividade. “Ela era uma senhora de 63 anos, boazinha. Quando que você imagina que vai fazer um negócio desse?”, comenta Marco. A funcionária, segundo os proprietários, teria alegado que havia empurrado o cachorro porque estava mexendo em um local com fezes.
Experiências
A moradora Amanda Amadio Carbonari já internou um cão de 3 anos na Tutti Cane, mas não voltaria lá. “Achei que podia confiar no procedimento que eles fizeram, mas depois de pesquisar um pouco vi que não foi bem assim”, relata. “Foi o atendimento mais frio que já tive na minha vida no momento mais difícil. A única coisa que interessava era a forma de pagamento”, concluiu Amanda, que precisou induzir a morte seu dálmata no terceiro dia de internação, quando já estava com a língua e outras partes do corpo necrosadas.
Também cliente da clínica, Victor Beppu, responsável por uma maltês de cerca de 4 anos, nunca teve problemas com o local. “Sempre dou vacina e já fiz alguns exames por lá. Eu recomendo”, afirma.
Legislação
De acordo com a Dra. Maria Cecília Ladeira, professora de direito ambiental da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o caso traz um agravante. “O animal não só foi maltratado, como foi maltratado em um local que deveria tratá-lo bem, mais do que qualquer outro. Você espera que a clínica cuide do cão”, afirma. No entanto, para que haja punição legal é preciso que seja feita denúncia. “Pode ir à delegacia de polícia e ao Ministério Público”, pontua a especialista.
Fonte: Folha de Alphaville