O dado é surpreendente. As emissões de metano de 15 das maiores empresas de carne bovina e laticínio do mundo, com as brasileiras JBS e Marfrig na dianteira, somam quase 13 milhões de toneladas anuais, o equivalente a 80% das emissões desse gás de efeito estufa da União Europeia e superior às emissões de países inteiros, como Rússia, Alemanha, Canadá ou Austrália.
A estimativa foi divulgada na semana passada durante a COP27 no relatório Emissions Impossible, publicado pelo Institute for Agriculture and Trade Policy (IATP) e a Changing Markets Foundation. O documento sintetiza o impacto da indústria da carne e dos laticínios sobre as emissões globais de metano e ressalta medidas urgentes que os países podem tomar para reduzir a liberação desse potente gás de efeito estufa.
De longe, a JBS é a empresa que mais contribui para a pegada de metano do setor frigorífico, representando cerca de 44% das emissões totais. O total de metano liberado da empresa excede as emissões combinadas de gado da França, Alemanha, Canadá e Nova Zelândia, além de representar 55% das emissões de gado dos EUA.
Considerando as emissões de outros gases de efeito estufa, a pegada da JBS também é notável. Sozinha, ela é responsável por 287,9 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente, superior às emissões de GEE da Espanha. No geral, as 15 empresas analisadas pelo estudo totalizam 734 milhões de toneladas de CO2e, quase o mesmo volume de GEE emitido pela Alemanha, 4a maior economia do mundo (excluindo as emissões por uso da terra).
Fonte: climainfo