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Frágil, com fome e sede, cavalo apanha por não conseguir andar em Dourados

2 de março de 2014
3 min. de leitura
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Um cavalo fragilizado, com fome e muita sede empacou na tarde desta sexta-feira no Jardim Itaipu, em Dourados. Exausto de puxar a carroça, o animal parou próximo ao meio fio. Os tutores, um casal, passou a surrá-lo, momento em que uma defensora de animais interveio.

Quem relata é psicóloga Ana Paula Salem. “Vi essa cena de maus tratos bem na hora que eu e minha amiga Norma alimentávamos os cachorros recolhidos pela ONG Refúgio dos Bichos. Percebemos que o cavalo não conseguia mais andar, ainda assim os tutores insistiam em surrá-lo”, descreve a protetora de animais.

Ela conta que imediatamente sua amiga Norma foi em direção do casal e pediu para que o homem e a mulher parassem de bater no cavalo. “Assim que minha amiga notou o cansaço do animal, imediatamente ela levou a ele um balde com água, que foi tomado em instantes”, disse a psicóloga.

Para mostrar a fragilidade do animal, Ana Paula fez imagens e postou no facebook, causando revolta de muitas pessoas. Além do cansaço físico, Ana Paula e Norma constataram várias feridas no cavalo.

“Além dele estar muito magro, no peito havia uma grande ferida. Outra situação agravante que encontramos foi a rédea, feita com corda e corrente de bicicleta. Aquilo estava cortando a cara do animal, que já estava com marcas”, relata Ana Paula, que retirou a corrente com o auxílio da amiga e fez curativo nas feridas.

Em Dourados há pelo menos 200 cavalos ‘trabalhando’ na cidade, a maioria para carregar entulhos em geral e de jardinagem. Uma lei municipal (1.067/1979) proíbe a utilização de animais doentes, feridos, mal alimentado, durante o trabalho, no entanto, é comum ver nas ruas animais maltratados puxando carroça.

Segundo o capitão Carlos Magno da Silva, da Polícia Militar Ambiental (PMA) em Dourados, denúncias sobre maus tratos podem ser feitas no período de 24 horas na PMA, pelo telefone 3428-0384. Fotos também podem ser encaminhadas ao e-mail [email protected].

“A maioria das denúncias que chegam até a gente é de animais de pequeno porte, como cães e gatos, porém, atendemos a todos os pedidos e se o responsável pelo animal for flagrado cometendo maus tratos ele será multado e encaminhado à delegacia”, diz o capitão da PMA, acrescentando que, dependendo do caso, o Ministério Público denuncia o cuidador do animal à justiça.

Em Dourados não há locais para recolhimento de animais, o que dificulta o trabalho da PMA. “Não podemos sair resgatando animais, no entanto, constatando maus tratos, temos parcerias com as universidades (Unigran, Anhanguera) que ajudam a tratar desses animais e o cuidadores dos mesmos poderão arcar com as despesas”, disse Carlos Magno.

A ONG Refúgio dos Bichos, criada por um grupo de amigas ao qual Ana Paula e Norma fazem parte, cuida de animais abandonados. Não há sede própria e os bichos recolhidos vão para a casa de voluntários. Se necessário, os animais passam por tratamento para posteriormente serem colocados à adoção.

Como não tem fins lucrativos, a ONG sempre precisa de doações, como ração e medicamentos, para tratar dos animais (cães e gatos). As voluntárias preparam a 2ª edição de um bazar que vende diferentes utensílios (cozinha, roupas, bijuterias, etc), cujo lucro é revertido para a compra de ração e remédio. Interessados em contribuir com doações podem entrar em contato pelo telefone (67) 9933-7455.

Fonte: Fatima News

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