Entre os resultados da 11ª edição das ações de Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) o destaque foi o resgate de 800 animais mantidos em cativeiros ilegalmente; 500 deles retornaram para os habitats naturais. Entre as espécies estavam aves, mamíferos e répteis. Todos foram soltos nos biomas Caatinga e Mata Atlântica. Além dos resgates, foram aplicadas multas que variaram em unidades de saúde, abatedouros por crimes ambientais e foram realizadas atividades de educação ambiental em 40 escolas do Sertão.
As ações de Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), coordenadas pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), contaram com a participação do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas IMA) entre outros órgãos de defesa ambiental e do Rio São Francisco. As atividades encerram neste sábado (03). Durante duas semanas, técnicos ambientais e promotores de Justiça percorreram municípios do semiárido. Segundo Adalberto Soares, consultor ambiental do IMA e coordenador do grupo de fauna da FPI, além das idas em campo para averiguar as condições ambientais do semiárido, uma equipe ficou responsável pelos animais que eram apreendidos e que necessitavam de tratamentos, ou que não eram naturais daquela região e precisavam ser soltos em outros ambientes. O IMA e o Instituto SOS Caatinga criaram um Centro de Triagem de Animais Silvestres provisório. Veterinários e biólogos cuidaram dos animais que chegavam feridos ou doentes. Ainda de acordo com o coordenador de fauna da FPI, um dos casos que mais chamou a atenção da equipe foi registrado no município de Mata Grande. Lá, encontraram numa casa mais de 40 aves de diversas espécies da Caatinga e da Mata atlântica. O envolvido foi autuado em mais de R$20 mil e conduzido para a delegacia pelo Batalhão de Polícia Ambiental (BPA). A fiscalização envolveu o trabalho de 13 equipes formadas por profissionais de órgãos e instituições que atuavam de forma simultânea.
Autuações
Além da fiscalização da preservação da fauna, foram fiscalizados empreendimentos, unidades de saúde, escolas e entre outros empreendimentos particulares. As autuações envolviam infrações como a falta do Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR), irregularidades ambientais e ausência de licenciamento ambiental. Entre os empreendimentos autuados ou fiscalizados estavam a Unidade Mista Dra. Quitéria Bezerra De Melo, em Água Branca, multada em R$46 mil, por falta de MTR. A unidade já havia sido autuada em fiscalizações anteriores e ainda assim não havia se regularizado. Mais duas unidades de saúde também foram autuadas: o Centro de Saúde Dr. Denisson Menezes e a Unidade Senador Arnon Affonso de Farias Mello, em Inhapi e Piranhas respectivamente. Outra situação encontrada pelos fiscais no município de Delmiro Gouveia, foi a disposição inadequada de animais em decomposição em uma avícola, que operava sem licenciamento ambiental. Segundo os fiscais, o local oferecia riscos ao meio ambiente e à saúde pública. O responsável foi autuado em R$76 mil, teve a avícola interditada e foi conduzido à delegacia, pelo Batalhão de Polícia Ambiental (BPA). Já as atividades de educação ambiental da FPI alcançaram 40 escolas, 1.800 alunos e cerca de 300 professores. Além da população em geral, que recebeu atividades que tinham o objetivo de sensibilizar sobre a importância da preservação do bioma predominante local, a caatinga e do Velho Chico. “As ações de educação ambiental na FPI aconteceram de maneira intensa e produtiva. No mínimo três escolas públicas eram visitadas por dia, com oficinas de sabão ecológico, palestras, gincanas, plantios de mudas nativas e cinema ambiental”, disse Pedro Normande, gerente da educação ambiental do IMA que também fez parte da FPI. Apesar do encerramento das atividades da Fiscalização Preventiva Integrada, Normande garante que as ações do IMA vão continuar em outros municípios do Estado.
Fonte: Gazeta de Alagoas