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Fotos produzidas ajudam a encontrar lar para cães e gatos abandonados

30 de março de 2014
4 min. de leitura
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Foto: Charles Dias / Especial
Foto: Charles Dias / Especial

SRD de pouco menos de 20 centímetros, Tina foi abandonada com quatro outros irmãos, mas não ficou muito tempo sem um lar. Dois dias após ter sua foto postada em uma rede social, a cachorrinha deixada em um terreno baldio na terça-feira de Carnaval, chamou a atenção da estudante Quetlyn Correa, 18 anos.

“Ela é muito linda. Muito mais bonita do que na foto”.

Tina foi um dos mais de 300 animais sem uma família fotografados pelo publicitário Luciano Stabel, 33 anos, de São Leopoldo. O Fotógrafo Protetor, como ele se intitula na internet, usa técnicas de fotografia como abertura de lente, para controlar a entrada de luz, ou valorizando o primeiro plano, por exemplo, para deixar “mais atraente” os cães e gatos abandonados.

“Todo mundo quer adotar um filhotinho, um cachorro pequeno ou um gato de raça. Mas poucos querem um cão já adulto ou um gatinho temperamental. Nas minhas fotos, tento mostrar toda a personalidade do animal, levando em consideração a beleza dele”.

Foto: Divulgação/Divulgação
Foto: Divulgação/Divulgação

Stabel começou o trabalho, que é totalmente voluntário, há pouco mais de um ano. A ideia surgiu depois que o publicitário, que tem uma forte ligação com animais e ONG’s, começou a se incomodar com a qualidade das fotos publicadas por veterinários ou protetores. Segundo ele, a boa intenção muitas vezes não consegue mostrar o real “potencial” do animal, que acaba não sendo adotado.

Os ensaios que Stabel produz são feitos no espaço onde os animais estão para adoção: clínicas veterinárias ou projetos de proteção. Apaixonado por animais, o publicitário também faz fotos dos cães que são soltos próximos a sua casa. Todo o material vai parar na página do Facebook,onde ele faz um pequena descrição do animal e coloca os contatos para quem tiver interesse em adotar.

Foto: Divulgação/Divulgação
Foto: Divulgação/Divulgação

Usar fotos produzidas como recurso para potencializar uma adoção tem virado tendência nos últimos anos. Feito, na maioria das vezes, de maneira voluntária, os ensaios chamam atenção de milhares de pessoas na internet, que compartilham as fotos via rede sociais, em especial o Facebook, aumento as chances de adoção dos animais.

Professora de fotografia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Juliana Angeli explica que as sessões de foto ajudam a valorizar o potencial dos animais, que muitas vezes são perdidas em fotos com baixa resolução e com pouco ou nenhuma iluminação.

Foto: Divulgação/Divulgação
Foto: Divulgação/Divulgação

“A gente sabe o quanto uma foto bem produzida faz a diferença. Com os animais é a mesma coisa. As chances de adoção aumentam consideravelmente. Juliana sempre teve uma relação de carinho e atenção com animais de rua. Quando chegou em Pelotas para lecionar na UFPel encontrou muito cães e gatos em situação de abandono. Foi quando, inspirada no projeto porto alegrense Amizade Não se Compra, Adote!, resolveu junto com outros professores oferecer a entidades de assistência fotos produzidas para auxiliar na adoção dos animais. Foi assim que surgiu o Pró-Bicho Pelotas que, desde 2012, já conseguiu lar para mais de 250 animais abandonados. O projeto é desenvolvido junto com os alunos do curso de Extensão Cearte da instituição em parceira com quatro entidades do município. Os ensaios dos pets também estão disponíveis”.

Projeto inspirador

Foto: Divulgação/Divulgação
Foto: Divulgação/Divulgação

Entre as primeiras profissionais a trabalhar a imagem de pets para adoção, as irmãs Ana Carolina e Manoela Dutra, 29 e 27 anos, usam a experiência em clicar animais de tutores zelosos para também fotografar cães e gatos ainda sem lar. As designers trabalham na área desde 2009 e, desde 2010, estão à frente do projeto Amizade Não se Compra, Adote!. Todas as segundas-feiras, as duas abrem as portas do estúdio para receber protetores que queiram fotografar animais em processo de adoção. De lá pra cá, as irmãs, que se revezam na tarefa de fotógrafa e produtora de figurino, já produziram 149 ensaios. Desse total, 60% dos cães e gatos conseguiram um novo lar.

“É muito gratificante. Esta é uma forma de ajudá-los a encontrar um lar feliz “, conta Manoela.

Fonte: Zero Hora

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