Imagens feitas no Projeto Tamar, em Florianópolis, mostram a grande quantidade de resíduos plásticos encontrados no estômago das tartarugas-marinhas de Santa Catarina. O fato, segundo a oceanóloga Juliane Rizzi, é um dos principais motivos que levam os animais a entrarem para a lista de ameaçados em extinção.
O Projeto Tamar estima que em torno de 6,4 milhões de toneladas de lixo marinho são descartados nos oceanos e mares a cada ano em todo o mundo. A ingestão de plásticos pode afetar a assimilação de nutrientes oriundo de alimentos, o que reduz a capacidade de sobrevivência das tartarugas-marinhas.
“Hoje em dia são duas ameaças diferentes que as tartarugas têm: a pesca incidental, que acontece quando, sem querer, elas acabam presas na rede de pesca e morrem por afogamento; e resíduos plásticos, quando elas comem lixo pronto. A gente recebe muita tartaruga, por exemplo, com interação com a pesca, mas quando estão no centro veterinário em observação, elas defecam lixo”, explica a oceanóloga.
Um estudo conduzido por um grupo de cientistas da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, concluiu que as tartarugas comem plásticos pois são atraídas pelo cheiro. “Essa descoberta é importante porque é a primeira demonstração de que o odor dos plásticos oceânicos faz com que os animais os comam”, diz a pesquisa.
Dia Mundial da Tartaruga Marinha
O Dia Mundial da Tartaruga Marinha é celebrado no dia 16 de junho. O objetivo da data é ressaltar a importância dos animais na cadeia ecológica do ecossistema e refletir sobre a conservação das espécies.
Em Florianópolis, o Projeto Tamar preserva quatro das cinco espécies de tartarugas marinhas que existem no Brasil: a tartaruga-cabeçuda, tartaruga-de-pente, tartaruga-verde e a tartaruga-oliva. A única que não está no local é a tartaruga-de-couro, a maior e a mais ameaçada de extinção entre todas as espécies.
Espécies de tartarugas-marinhas encontradas no Brasil
Tartaruga-cabeçuda – Vulnerável (classificação do MMA)
Tartaruga-de-pente – Em Perigo (classificação do MMA)
Tartaruga-verde – Quase Ameaçada (classificação do MMA)
Tartaruga-oliva – Vulnerável (classificação do MMA)
Tartaruga-de-couro – Criticamente em Perigo (classificação do MMA)
Fonte: NSC
