Por Patrícia Tai (da Redação)
As belas fotografias em preto e branco tiradas pela fotógrafa Traer Scott, retratam as emoções e as personalidades dos cães do abrigo no qual ela trabalhou como voluntária por um tempo. Os retratos foram compilados em um livro intitulado Shelter Dogs (“Cães do abrigo”), e uma porcentagem dos rendimentos serão doados para a ONG ASPCA ( The American Society for the Prevention of Cruelty to Animals ). Leia para saber mais sobre por que Scott e fotógrafos de outros animais acreditam que essas fotos vão ajudar a sensibilizar para a causa de resgate de animais e ajudar a encontrar lares para esses cães abandonados. As informações são da Global Animal.
“Me deparei com as fotos que Traer Scott tirou dos cães que viviam em abrigos americanos e me vi imediatamente surpreendida por uma mistura de emoções. Olhe para os rostos destes cães e você verá o que eu quero dizer. A fotógrafa de Providence, em Rhode Island, retratou em preto e branco os cães desses abrigos, alguns deles encontraram bons lares, enquanto outros foram eventualmente eutanasiados.
Retratos cativantes feitos pela fotógrafa Traer Scott, de cães que vivem em abrigos americanos, são irresistíveis e de cortar o coração – e fazem um apelo apaixonado para os amantes de cães de todos os lugares do mundo. Os retratos revelam a emoção surpreendentemente intensa, a dignidade e, às vezes, humor e capricho que Scott via em cada rosto, apesar das circunstâncias do cão. Ao documentar as inegáveis expressões de emoção nos cães encontrados em seu trabalho voluntário, Scott aumenta a conscientização para a importância do resgate de animais, e especialmente a necessidade de mais lares adotivos para os cães abandonados. Este livro de retratos de cinquenta lindos cães do abrigo é um tributo comovente e amoroso para todos os cães”.
Shelter Dogs, o livro, está disponível na Amazon e parte do lucro obtido nas vendas será doado para a ASPCA (Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade aos Animais).
Leia breve entrevista feita por Alice do blog My Modern Met, com a fotógrafa Traer Scott:
Alice: O que fez você querer assumir este projeto?
Scott: Há aproximadamente sete anos atrás, comecei a trabalhar como voluntária em um abrigo em Rhode Island, por acaso. Como eu era fotógrafa, me pediram para tirar fotos de todos os cães para que fossem publicadas em sites de adoção na Internet. Conforme meu arquivo de fotos crescia, eu ficava impressionada com o fato de muitos desses cães nunca terem sido fotografados. Eu achava impossível apagar as suas fotos, que muitas vezes parece que seriam a única prova de sua breve existência. Uma vez, tarde da noite, me ocorreu a idéia de criar algo que gravasse as imagens dessas belas e trágicas vidas de uma forma permanente, o que levou à série e, eventualmente, ao livro, Shelter Dogs.
Alice: Como foi recebido pelo público?
Scott: Inicialmente meu editor e eu estávamos preocupados com relação à forma como o público ía aceitar o fato de revelarmos o destino dos cães na parte de trás do livro. Para minha grande surpresa, tivemos uma resposta imediatamente positiva. A Life Magazine publicou um artigo sobre o Shelter Dogs na semana de lançamento e, como resultado, fui convidada para uma entrevista no programa CBS Early Show. Então tudo começou…
Tenho recebido centenas de e-mails de amantes de cães, de voluntários e de defensores de animais para os quais o livro realmente fala profundamente, o que é maravilhoso, mas é ainda melhor quando recebo uma carta de alguém que decidiu adotar um cão ao invés de comprar, ou uma pessoa que decidiu fazer algo em sua comunidade para ajudar cães abandonados como resultado da leitura do meu livro. Coisas como estas me deixam feliz por estar viva e muito grata por ser capaz de fazer o que faço.
Alice: Você pode compartilhar as histórias sobre como eram os momentos em que tirava estas fotos?
Scott: Eu gostaria de utilizar um trecho retirado da introdução do livro: “Cada cão reage de forma diferente a uma câmera. Alguns imediatamente a percebem como um dispositivo voyeurístico e se recusam a olhar para você. Eles literalmente se abaixam, se escondem ou giram em círculos evitando sempre que a câmera encontre seus olhos. Outros cães consideram a câmera como uma ameaça direta. Assistir através da lente quando um cão se vira de costas pra você é uma experiência humilhante, ainda que cinematográfica. Depois de alguns anos, eu já me treinei para clicar o botão da pausa quando isso acontece. Outros cães não são suficientemente pacientes para esperar o petisco que eu estou oferecendo em troca de mais alguns momentos. Enquanto tentava mantê-los sentados, eles começavam a chiar e a contorcer seus pequenos corpinhos, não sendo capazes de ficarem presos ao chão. Se eu demorar muito, eu recebo uma lambida desajeitada na minha lente. Depois, há os ‘Oráculos’ (muitas vezes pit bulls) : assim que uma câmera é apontada para estes cães, eles apenas fixam o olhar em você e declamam volumes. Eles parecem estar contando uma história muito mais longa e épica do que a de suas curtas vidas, e parecem narrar com precisão, e nesse tempo dá para tirar algumas fotos”.
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Mais fotos no site de Traer Scott.
