O fotógrafo Rafael Mesquita, de 37 anos, registrou um grupo de oito orcas (Orcinus orca) nadando pelo litoral de São Paulo. Morador de Bertioga (SP) e profissional da área de fotografia marinha há 4 anos, ele afirmou que foi a primeira vez que presenciou o aparecimento desse animal. “Foi um baita privilégio e uma coisa indescritível [para mim]”, disse.
As imagens foram feitas no último domingo (5), durante uma saída de campo pelos projetos Megafauna Marinha do Brasil, o qual Mesquita é o idealizador, e o Baleia à Vista, no sul de Ilhabela.
“São poucos indivíduos (animais) ao longo do litoral brasileiro inteiro e pode ser que eles fiquem circulando por diferentes regiões. Tentamos entender melhor esse deslocamento ao longo do ano e tentar descobrir algum padrão”, relata.
O fotógrafo fazia registros para o próprio projeto, que pesquisa sobre animais marinhos grandes, cetáceos (baleias e golfinhos), tubarões-baleia, raias-manta, entre outros, quando avistou o grupo de orcas. Nele, estavam um macho, seis fêmeas e um filhote. Um deles, inclusive, foi flagrado de barriga para cima em uma das fotografias.
“Elas não são tão comuns [de se encontrar], visto que aparecem geralmente uma vez por ano, até agora sempre no verão. Ano passado, não tivemos registro delas por aqui”, afirma o profissional, que estava em uma moto aquática no momento em que as orcas surgiram.
‘Baleia assassina’
O fotógrafo ainda entra na questão de que, para ele, a orca é um dos animais mais polêmicos do ambiente marinho, justamente devido ao estigma de baleia assassina. “Isso é uma coisa muito pejorativa. De assassino, eles [os animais] não tem nada. É uma fama indevida porque são animais incríveis e lindos. Vê-las na natureza livres dessa forma, é a coisa mais maravilhosa do mundo”, afirma.
De acordo com o biólogo marinho Eric Comin, orcas não são baleias, mas pertencem à família dos golfinhos e são as maiores dessa categoria. Ele explica as orcas não atacam os humanos. “O ser humano não faz parte da alimentação dela, que se alimenta de tartarugas, de peixes, de algumas espécies de tubarões”, acrescenta.
Segundo ele, a norma é não se aproximar a mais de 100 metros do animal. “Com relação a som e ruído, não é legal, porque esses animais utilizam o som para comunicação. Então, é preciso respeitar a distância estipulada, não interromper o curso do animal, ou seja, se ele está nadando em uma direção, não entrar na frente do animal”, destaca o biólogo marinho.
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Fonte: G1