Um adolescente de 17 anos de Franca (SP) criou revolta na internet ao postar nas redes sociais fotos dele segurando cabeças de coelho decapitadas. Depois de publicar as imagens, feitas durante uma aula em uma escola técnica agrícola em que estuda, no bairro City Petrópolis, uma série de manifestações contrárias de representantes de direitos animais e ameaças foram postadas nas redes sociais e ele deixou de frequentar o curso com medo de represálias, de acordo com a direção da escola.
A instituição informou ainda que o estudante foi suspenso, mas confirmou que a matança está dentro das normas e faz parte de uma disciplina prevista na grade curricular da escola. O jovem não foi encontrado para falar sobre o assunto.
A Vigilância em Saúde informou não ter constatado nenhuma irregularidade na escola, assim como uma representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que não reconheceu a prática de crime, mas ainda acompanha o caso.
De acordo com Claudio Ribeiro Sandoval, diretor da Escola Técnica “Professor Carmelino Correa Júnior”, as fotos foram tiradas por um telefone celular durante uma aula em que os adolescentes aprendem técnicas regulamentadas de atordoamento, abate, sangria e esfola de animais de pequeno porte para o consumo da carne e para o curtimento de pele animal. O jovem disponibilizou na internet uma foto em que ele está prestes a abater o animal e outra em que ele mostra o resultado do abate.
Sandoval reconhece que as imagens são chocantes e não poderiam ter sido colocadas nas redes sociais pelo estudante. “Se a pessoa vê aquela imagem de duas cabeças de coelho na mão de uma pessoa rindo, é lógico que é extremamente chocante”, disse, negando que a escola tenha orientado o aluno a fazer a postagem.
O diretor, que considerou o ato do estudante inconsequente e ingênuo, afirmou já ter advertido o adolescente e que o suspendeu das aulas. “Ele foi advertido, chamamos o pai e foi colocada a questão. Demos uma suspensão e pedimos para ele procurar um advogado para se defender. Ele está extremamente apavorado com a questão das ameaças”, afirmou.
Vigilância em Saúde
O diretor da Vigilância em Saúde de Franca, José Conrado Neto, confirmou que durante vistoria na sala em que são realizados os abates não foram constatadas irregularidades. “Não foram constatados maus-tratos. Fomos informados que o abate feito lá é com intuito educacional. Eles abatem 20 animais por semestre, os quais são para consumo da própria escola”, disse.
OAB
Embora considere as imagens chocantes, a advogada Mônica Lima, que faz parte da comissão de Meio Ambiente e Proteção ao Animal na OAB em Franca, afirmou que por enquanto não há indícios de crime por maus-tratos no caso. “Nas condições que foram apresentadas para nós não verificamos prática de maus-tratos. As informações que tivemos do próprio colégio agrícola é de que o adolescente participava de uma aula onde se ensinavam técnicas de abate sob a supervisão do professor e que tudo teria sido feito dentro das normas técnicas”, disse, confirmando que ainda acompanha o caso.
Fonte: G1
Nota da Redação: É ultrajante que exista uma instituição que ministre cursos para tamanha crueldade. Ensinar adolescentes a assassinar animais é criminoso, mas, infelizmente, a lei ainda não o considera. Mesmo que os animais passem por criações mais saudáveis e menos cruéis, longe de torturas ou aprisionamentos, o final de todos é o mesmo: a morte, e é ela que deveria ser impedida. Somente se abstendo do consumo de carne e derivados você estará realmente contribuindo para o fim do sofrimento das espécies não-humanas.