Os primeiros vestígios em 100 anos de uma espécie extinta de lêmures gigantes foram descobertos na Ilha de Madagascar, na África, indicou um novo estudo divulgado esta semana na revista Comptes Rendus Palevol. O fóssil do Palaeopropithecus kelyus confirma 20 anos de especulações sobre a existência do animal, afirmou o principal autor da pesquisa, Dominique Gommery, paleontólogo do Centro Nacional de Pesquisa Científica de Paris, na França. As informações são do Live Science.
Os lêmures encontrados atualmente somente em Madagascar são um grupo de primatas arborícolas com hábitos noturnos. Na ilha, existem mais de 71 espécies diferentes do primata.
O Palaeopropithecus kelyus é o terceiro subfóssil do grupo dos lêmures gigantes, formado também pelo Palaeopropithecus ingens e pelo Palaeopropithecus maximus – identificados há mais de 100 anos. O kelyus era o menor dos três, pesando cerca de 35 kg, enquanto o maior deles, o Indri, incrivelmente pesava apenas 10 kg.
Ao contrário das petrificações clássicas, subfósseis são representados por espécies recentemente mortas, cujos processos de fossilização não estão completos. Segundo os especialistas, a descoberta pode ajudar a entender os padrões evolutivos de biodiversidade na ilha.
“Preguiça” gigante
O lêmur gigante se movimentava pelas árvores da mesma maneira como fazem as preguiças (mamíferos com garras para se pendurar em galhos) da América do Sul. Ele transitava de galho em galho, utilizando os quatro membros e com a cabeça para baixo.
Além disso, conforme o estudo, os pequenos dentes e outros detalhes no maxilar superior do animal sugerem que ele podia mastigar alimentos mais duros, como sementes, enquanto os demais se alimentavam apenas de folhas e frutos.
O fóssil foi achado no noroeste de Madagascar, em uma área situada entre as grandes baías e rios. A localização, segundo os cientistas, poderia ter isolado o primata dos demais tipos de lêmures gigantes.
Fonte: Terra