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MIGRAÇÃO

Força-tarefa rastreia pistas de lobo por três países, maior travessia já registrada

21 de fevereiro de 2024
2 min. de leitura
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Foto: F.Tisserand/Divulgação

Uma força-tarefa de bancos genéticos de três países permitiu concluir uma investigação de DNA que estabeleceu o maior deslocamento já documentado de um lobo-cinza em território europeu. Entre 2020, quando nasceu em Nordhorn (Alemanha), até ser detectado em território catalão, na Espanha, em 2023, o indivíduo apelidado de GW1909m percorreu 1.240 km, passando por território francês.

Na passagem pela França, o lobo foi fotografado por um motorista na região da Borgonha, no leste do país, informou a Universitat Autònoma de Barcelona, que participou da pesquisa. Os localizadores em questão, que permitiram confirmar que se tratava do mesmo lobo, foram amostras de fezes e pelo, colhidas em locais diferentes.

“No âmbito de uma longa colaboração entre a França e a Catalunha no monitoramento dos lobos, foi enviada uma amostra para análise no laboratório francês Antagene, que confirmou a coincidência com um indivíduo anteriormente localizado na região da Borgonha, no leste de França. Especificamente, foi o indivíduo chamado pelos cientistas de GW1909m, que também já havia sido localizado na Alemanha”, relatam os catalães.

Na França, após o avistamento do lobo atravessando uma estrada, a Agência Francesa de Biodiversidade foi ao local e recolheu pelos numa cerca de arame onde a testemunha indicou que o lobo tinha passado. A análise encontrou traços característicos do DNA denominado “w1”, incomum em lobos no país.

Dada a característica genética que ocorre frequentemente na Alemanha e áreas adjacentes da Europa Central e Nordeste, uma amostra foi enviada para análise na Alemanha. A validação cruzada revelou que o pelo combinava perfeitamente com um macho denominado GW1909m pelos cientistas, já conhecido na base de dados genética alemã.

Embora o destino atual de GW1909m seja desconhecido, futuras análises genéticas serão capazes de detectar novamente este animal, ou mesmo a sua descendência, ressaltam os pesquisadores de Barcelona.

A migração destes animais em distâncias tão grandes, e principalmente, passando por diversas regiões densamente povoadas na Europa, é algo raro, porém comemorado pelos cientistas, devido à necessidade de evitar o isolamento genético das alcateias europeias.

Na Península Ibérica, há pouquíssimos lobos na natureza, tanto na Espanha como em Portugal. Na região da Catalunha, atualmente existem quatro exemplares de lobo geneticamente identificados, todos machos.

Os lobos são protegidos na Europa desde os anos 1970, e com isso vem recuperando suas populações no continente. A recolonização é notada na Itália, passando os Alpes em direção à Europa Central até às planícies de Alemanha e Polônia.

Fonte: Um Só Planeta

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