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PARAÍSO

Harmonia, a ilha onde vivem mais de 60 gatos e apenas cinco humanos

Os animais vivem em harmonia com os residentes e recebem visitas frequentes de turistas. Quase todos já foram esterilizados.

23 de abril de 2024
Redação ANDA
3 min. de leitura
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Qualquer amante de gatos já sonhou em viver num verdadeiro paraíso felino. Há quem tenha uma autêntica família de animais em casa, mas nada se compara a Aoshima, a ilha japonesa onde há mais gatos do que pessoas. Lá, eles vagueiam livremente e são alimentados diariamente pelos poucos residentes humanos que ainda permanecem — todos com idades entre os 50 e os 80 anos.

Estima-se que atualmente existam cerca de 60 gatos e apenas cinco humanos na ilha. Estes dados foram partilhados pelo criador da página “Ilha dos Gatos de Aoshima” no Facebook, que visita frequentemente Aoshima. Na semana passada, contou 46 felinos, mas garante que há mais alguns a passear por lá.

“O número de gatos diminuiu ligeiramente em comparação com o outono passado”, avançou. “Contei 18 ao pequeno-almoço e ao almoço. No jantar, apareceram 28 para comer e outros 18 estavam a descansar em frente ao cais. Confirmei um total de 46 indivíduos, mas há alguns outros pela ilha”, explicou.

Os gatos foram introduzidos na região na década de 1940 para controlar a população de ratos. Na altura, Aoshima era uma próspera vila de pescadores, mas ao longo dos anos, todos os trabalhos foram transferidos para as grandes cidades, juntamente com os seus residentes. Como resultado, apenas os felinos ficaram para trás.

Foto: Reprodução

Hoje, vivem em harmonia com os idosos que ainda lá permanecem e passam os dias a apanhar sol ou a dormir nas casas abandonadas. Por vezes, também recebem visitas de turistas que vão até à região só para passarem algumas horas com os animais. Segundo as autoridades, quase todos estão esterilizados desde 2018.

Em 2015, estimava-se que existissem mais de 120 gatos e apenas 20 humanos. Ou seja, para cada humano, existiam seis animais. Agora, o número de felinos diminuiu quase pela metade. Diariamente, há pelo menos duas viagens de barco que trazem visitantes até à ilha — uma de manhã e outra à tarde. Cada viagem traz cerca de seis pessoas.

No início deste ano, os gatos ficaram três meses sem receber qualquer visita de turistas devido a “problemas com o barco”. A 2 de abril, as viagens até à ilha regressaram. “Eles ficaram solitários e, pela primeira vez em muito tempo, conseguiram saltar para os colos dos humanos”, avançou o fundador da página.

Embora nem todos tenham nomes, alguns gatos mais simpáticos foram batizados por aqueles que os veem com frequência. É o caso de Nana-chan, a “princesa preguiçosa” que adora mimos. Já Julie-chan, uma gata alaranjada de pelo comprido, adora qualquer petisco húmido. Wolf-chan, por outro lado, é um dos únicos machos que não foram esterilizados. O motivo? “Ele fugiu quando as autoridades capturaram todos eles em 2018 para os castrar”.

Atsuko Ogata, uma enfermeira que ainda vive na ilha, é uma das responsáveis por os alimentar diariamente. Além de Aoshima, há pelo menos outras 12 ilhas no Japão com um elevado número de felinos. As famosas “ilhas dos gatos”, como são conhecidas, atraem atenção internacional e algumas até permitem que os animais sejam adotados.

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