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Foliões desrespeitam lei e circulam com carros e som em praia no Piauí

4 de março de 2014
3 min. de leitura
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Funcionário do Tartarugas do Delta protege ovos no período de desova (Foto: Biomade)
Funcionário do Tartarugas do Delta protege ovos no
período de desova (Foto: Biomade)

A praia do Coqueiro, em Luís Correia, litoral do Piauí, é uma área de desova de tartarugas marinhas, animal em extinção em toda a costa brasileira. Para preservar a fauna e flora de regiões costeiras é proibida a circulação de veículos automotores, como motos, carros e caminhões nessas áreas, conforme a Lei de Crimes Ambientais nº 6905, o Decreto Federal nº 5300 de 2004 e resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente nº 303/2002. Mas nessa segunda-feira (04) paredões de som foram flagrados na praia, o que coloca em risco pedestres e ovos das tartarugas.

O chamado ‘encontro de paredões de som’ acontece na praia do Coqueiro, litoral do Piauí, neste carnaval. O valor dos equipamentos muitas vezes pode ultrapassar até os R$ 50 mil, passando a valer mais que o próprio carro que o puxa. A beira mar da praia do Coqueiro se transforma em uma espécie de concentração de bloco e as pessoas se juntam para brincar durante o carnaval na cidade.

Major Pacífico, que comanda as operações da Polícia Militar em Luís Correia e em Cajueiro da Praia, afirma que 160 policiais militares em motos, carros, quadricículos e um helicóptero fazem a segurança e ainda não foram feitas apreensões na sua área de atuação no litoral. “Quando a população apenas liga o som não podemos fazer nada. Podemos orientar a retirar os veículos das praias quando estão em locais isolados, de preservação, ou quando é registrado algum problema com som muito alto. Mas não apreendemos ninguém até agora. Todos tem obedecido às ordens da polícia”, disse o major.

Circulação de paredões de som em carros na praia é irregular (Foto: Ellyo Teixeira/G1)
Circulação de paredões de som em carros na
praia é irregular (Foto: Ellyo Teixeira/G1)

Mas não é bem assim, segundo a assessora de comunicação do Instituto Tartarugas do Delta, Ana Carolina Porto. “Não é permitida a circulação de veículos automotores nessas regiões de praia. Se você circular já é crime e se destruir o ninho de um animal, como por exemplo a tartaruga do mar, já está cometendo outro crime federal que prevê apreesão, multa entre outas penalidades”, alertou Carol. Ela informa ainda que este ano a Guarda Ambiental não está presente nas praias como em anos anteriores.

Ana Carolina lamentou a utilização de carros na praia e disse que o instituto tem feito campanhas para sensibilizar a população para a necessidade de preservação. “O costume acaba permitindo, de uma forma muito tranquila, que coloquem carros na praia. Mas estamos fazendo um trabalho de conscientização, inclusive com bares e restaurantes que antes abriam espaço para a passagem de carros para a praia e agora os estão fechando”, explicou a assessora.

Fonte: G1

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