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CUIDADOS

Fogos no Réveillon colocam animais em risco: conheça maneiras de garantir o bem-estar de seu cão ou gato durante a virada

O estresse provocado pelos estampidos pode causar acidentes, agravamento de doenças e fugas, e defendem medidas preventivas dentro de casa e alternativas menos ruidosas para as celebrações.

31 de dezembro de 2025
Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Unsplash

Nas festas de virada de ano, o uso de fogos volta a ser um problema recorrente de saúde e bem-estar dos animais. O barulho intenso afeta diretamente cães e gatos, que possuem audição mais sensível e não conseguem identificar a origem do som. Para eles, o ruído não é sinal de festa, mas de risco iminente.

Cães e gatos percebem o mundo de forma muito diferente da humana. A audição mais apurada transforma estampidos em explosões desproporcionais, difíceis de interpretar e impossíveis de prever. Sem compreender a origem do som, muitos entram em estado de alerta extremo, reagindo como se estivessem diante de uma ameaça real. O resultado aparece em taquicardia, tremores, vocalização excessiva e tentativas desesperadas de fuga que frequentemente terminam em ferimentos graves, atropelamentos ou desaparecimentos.

E o problema não se resume ao susto passageiro. O estresse intenso pode agravar quadros cardíacos e neurológicos, provocar acidentes domésticos e desencadear crises de ansiedade duradouras. Em períodos como o Réveillon e o verão, quando festas e eventos se multiplicam, a exposição se repete e aprofunda o desgaste físico e emocional dos animais.

A médica-veterinária Jeanyara Letieri, do Centro Médico Veterinário da Universidade Potiguar, explica que o organismo reage de forma automática ao barulho inesperado. Segundo ela, o pico de estresse ativa mecanismos que podem levar a consequências sérias, especialmente em animais idosos ou já sensíveis. O cuidado, portanto, precisa ir além da boa intenção e se traduzir em ações práticas.

Criar um ambiente protegido dentro de casa é uma das principais recomendações. Portas, janelas e portões devem permanecer fechados para reduzir o risco de fuga.

Um espaço já familiar, com caminha, brinquedos e objetos com o cheiro do responsável, ajuda a transmitir sensação de abrigo. Sons contínuos como televisão, rádio ou música suave podem funcionar como uma barreira auditiva parcial, diminuindo o impacto das explosões externas.

A presença do responsável também faz diferença. Manter a calma, falar em tom sereno e oferecer carinho quando o animal aceita contato contribuem para reduzir a tensão. Repreender, punir ou tentar forçar uma reação diferente tende a intensificar o medo.

Em animais muito sensíveis, o acompanhamento profissional é indicado, com estratégias comportamentais e, quando necessário, tratamentos prescritos por médico-veterinário. Medicação sem orientação é um risco adicional que deve ser evitado.

Diante desse cenário, cresce a defesa por fogos silenciosos, que preservam o efeito visual sem produzir estampidos. A alternativa já adotada em diversas cidades ao redor do mundo reduz danos não apenas para animais, mas também para idosos, crianças e pessoas com hipersensibilidade auditiva. Não se trata de acabar com a celebração, mas de repensar como ela é feita.

A ANDA deseja a todos um feliz Ano Novo. Que o próximo ciclo seja guiado por respeito, cuidado, responsabilidade com os animais e pela construção de uma convivência mais justa entre humanos e todas as outras formas de vida. Que 2026 comece com menos ruído, mais empatia e compromisso real com os direitos animais.

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