Milhares de focas são condenadas a mortes lentas e profundamente dolorosas após ficarem com partes do corpo feridas por petrechos de pesca. Apenas esse anos, mais de 600 focas foram encontradas emaranhadas em redes e linhas de pesca ou tiveram os seus corpos feridos por iscas ou arpões apenas na Namíbia. Em todo o mundo, esse número pode alcançar proporções aterradoras.
A diretora do Namibia Dolphin Project, Tess Gridley, afirma que muitas das focas que apresentam ferimentos profundos ficaram enroscadas quando ainda eram filhotes, conforme elas crescem, as linhas de pesca entranham em suas carnes e causam infecções, que invariavelmente as levará à morte. 53% das focas resgatadas tinha linha de pesca envolta ao pescoço.
“Infelizmente, também já vimos anzóis de pesca no olho, ao redor da mandíbula e até animais emaranhados uns nos outros, o que é incrivelmente triste. As focas são naturalmente curiosas e quando esses itens estão flutuando, eles parecem interessantes, podem se parecer com algas marinhas, por exemplo, e as focas brincam com eles”, explica Gridley.
E completa: “Por causa de sua pele grossa, no entanto, uma vez que elas ficam emaranhados, é realmente difícil para elas serem libertados. E então, à medida que crescem, a linha de pesca, a rede ou outro material plástico fica cada vez mais apertado, cortando a pele e a gordura e, eventualmente, o músculo. Com o tempo, o animal morrerá de fome ou será morto por predadores”, alerta.
Imagens que anexam o estudo feito pela Namibia Dolphin Project mostram focas com feridas profundas, mutiladas por equipamentos de pesca descartados irresponsavelmente no oceano. Muitos animais também foram encontrados decapitados em razão da força constritora das linhas. “É imperativo que estudos como este realcem as consequências dos resíduos de plástico nos animais marinhos e tragam mudanças para melhor”, pontua Gridley.
E acrescenta: “Esta é uma questão de bem-estar animal, pois os animais sofrem uma morte longa e dolorosa e isso é inteiramente devido à atividade humana. Precisamos que as indústrias de pesca, plásticos e eliminação de resíduos trabalhem em conjunto com os governos para evitar que os plásticos entrem nos oceanos e para recuperar redes de pesca perdidas e descartadas”, concluiu.