Casos de animais presos ao lixo ou detritos que chegam ao oceano pela ação humana não são raros. Dessa vez uma foca ficou presa e quase morreu estrangulada por restos de uma rede de pesca que ficaram presos ao seu pescoço.
O resgate e salvamento da foca Lucky Star (Estrela da Sorte, na tradução livre) exigiu paciência e tato de seus salvadores, teve alguns contratempos no período, mas finalmente aconteceu. Tudo teve início em maio passado, quando pesquisadores do Cornwall Seal Group Research Trust, na Inglaterra, avistaram uma jovem foca cinzenta com uma rede de pesca enrolada em torno de seu pescoço que a sufocava e limitava.
A foca corria sério risco de vida pois a rede presa a ela poderia estrangulá-la até a morte, estava claro que o animal não tinha como escapar da situação por conta própria.
Depois daquele primeiro encontro, uma equipe de resgatantes tentou de tudo para ajudá-la, mas a foca fugia para o oceano antes que eles pudessem chegar até ela em terra. O time ficou desapontado, porém eles estavam determinados a salvar a vida de Lucky.
Lucky Star continuou a ser visto inúmeras vezes nas semanas e até meses seguintes, mas chegar até ele era muito difícil, pois ele sempre fugia assustado.
“Quando o animal era visto, muitas vezes ele estava fora de alcance, ou era arrastado pelas ondas para as rochas próximas da praia ou estava nadando no mar, onde era impossível pegá-lo”, disse o membro da equipe do Cornwall Seal Group Research Trust.
Mas então algo mudou o rumo dos acontecimentos.
Quatro meses depois de ter sido encontrada, nesta segunda feira última, um voluntário avistou Lucky Star em um local na costa onde a foca poderia ser alcançada. Imediatamente uma equipe de resgate formada por Dan Jarvis e Sue Sayer correu para o local.
Jarvis conseguiu segurar Lucky Star antes que a foca conseguisse fugir e Sayer cortou a corda presa em volta do pescoço dela, libertando o animal.
Apenas quando a rede foi retirada de Lucky é que foi possível ver a extensão dos ferimentos provocados à foca. No local onde o objeto entrou em contato com a pele do animal, um ferimento profundo pode ser visto, provavelmente o tempo e a luta da foca para se libertar do incômodo e da dor que o corpo estranho infligiam a ela contribuíram para que o machucado se aprofundasse.
Os resgatantes limparam o ferimento e a trataram com antibióticos até que ela se curasse e estivesse pronta para ser libertada.
Lucky não se tornou mais um número nas estatísticas de mortes causadas por plástico, lixo ou detritos de qualquer espécie no oceano, mas inúmeros animais não tem essa sorte e acabam perdendo suas vidas nesta perigosa e equívoca armadilha criada pelo ser humano.