Mais de 640 mil toneladas de redes, linhas, potes e armadilhas utilizadas na pesca comercial são descartados no mar todos os anos. Esse material representa 85% do lixo de plástico encontrado no fundo dos oceanos, segundo um relatório divulgado em 2019 pelo Greenpeace.
Além de poluir as águas e prejudicar os ecossistemas, os apetrechos causam sérios ferimentos e até provocam a morte de animais marinhos. Um caso recente, registrado na Inglaterra, por pouco não acabou em tragédia.
Guardas da organização Lincolnshire Wildlife Trust (LWT), que cuida da vida selvagem e dos campos do condado de Linconshire, encontraram uma foca jovem com uma linha de pesca de náilon enrolada no pescoço.
O animal apresentava uma lesão profunda e infectada e foi levado para ser tratado no santuário de focas Mablethorpe Seal Sanctuary and Wildlife Centre. Lá, a linha foi removida e a ferida tratada com antibióticos, informa a BBC.
“Com 60kg, a foca está abaixo do peso para a idade. É muita agressiva e rosna muito, o que é um sinal positivo de que ainda está forte”, disse o LWT. “Ela manterá a cicatriz pelo resto da vida, mas será liberada para retornar à colônia Donna Nook assim que estiver bem e o ferimento estiver curado.”
Casos como esse são registrados todos os anos, inclusive no Brasil. Segundo o estudo Um Oceano Livre de Plásticos – Desafios para Reduzir a Poluição Marinha no Brasil, mais de 800 espécies de mamíferos, aves marinhas, peixes e tartarugas são impactadas pelo emaranhamento de redes de pesca ou pela ingestão de plástico.
O relatório foi publicado em 2020 pela Oceana, entidade criada por um grupo de fundações líderes em conservação (Pew Charitable Trusts, Oak Foundation, Marisla Foundation e Rockefeller Brothers Fund). Aponta ainda que cerca de 90% de espécies de aves marinhas e tartarugas já consumiram plásticos.
Fonte: Um Só Planeta