Um dos principais problemas está na contabilidade dos benefícios climáticos. Muitos projetos ignoram fatores como o albedo – a capacidade de uma superfície refletir a luz solar. Florestas plantadas em áreas cobertas por neve, por exemplo, podem absorver mais calor do que o carbono armazenado é capaz de compensar, resultando em um efeito contrário ao desejado. Além disso, há falhas na garantia de que os projetos realmente evitam emissões que ocorreriam de outra forma, um conceito conhecido como “adicionalidade”.
Outro desafio é o vazamento de carbono, quando a proteção de uma área simplesmente desloca o desmatamento para outra região. A durabilidade do armazenamento também é crítica, já que eventos como secas, incêndios e pragas podem liberar o carbono de volta à atmosfera em pouco tempo. Para ser eficaz, uma solução climática deve assegurar que o carbono permaneça retido por, no mínimo, um século.
O estudo propõe uma mudança estrutural: em vez de empresas comprarem créditos questionáveis, deveriam contribuir financeiramente para iniciativas com comprovado benefício ambiental. Essa abordagem, defendem os pesquisadores, aumentaria a qualidade dos projetos e a transparência nos resultados.
Enquanto os mecanismos atuais falham em frear as mudanças climáticas, a ciência aponta caminhos para corrigir o curso. Ações baseadas em evidências, com monitoramento rigoroso e critérios claros, podem transformar as florestas em aliadas mais eficazes na luta pelo equilíbrio climático.