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DESTRUIÇÃO AMBIENTAL

Floresta amazônica é ameaçada no Brasil por uma nova corrida pelo ouro

No Brasil, o garimpo do ouro é proibido, porém cerca de 2,4 milhões de hectares de terras nativas estão destinados à extração do mineral. Em áreas de unidade de conservação ambiental, o número de processos cobre 3,8 milhões de hectares

21 de agosto de 2021
Andrine Perrone | Redação
3 min. de leitura
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Uma nova onda de corrida pelo ouro ameaça a floresta amazônica, com 110,6 toneladas do metal exportadas em 2020 pelo Brasil para cerca de 20 países. De acordo com o Instituto Escolhas, essa exploração coloca em risco 6,2 milhões de hectares de reservas ambientais.

As vendas de ouro realizadas no ano passado pelo Brasil passaram de 4,9 mil milhões de dólares, um valor 60% maior do que em 2019 e 18 vezes maior em dez anos. A organização informou que o preço do metal aumentou muito devido à pandemia de Covid-19.

(Foto: Reprodução/Pexels)

Essas informações foram fornecidas à IstoÉ pelo Instituto Escolhas, organização que promove o desenvolvimento sustentável no Brasil. Conforme os dados divulgados pela entidade, parte do ouro exportado apresentava alguma inconsistência, 16,8% da exportação em 2020 não foi informado em nenhum registo de produção e 17,2% do ouro produzido foi resultado da exploração ilegal do metal.

Existe uma falta de controle sobre a comercialização de ouro no país, e isso tem contribuído para uma devastação alarmante na floresta amazônica, de acordo com as pesquisas.

Conforme especialistas, o garimpo ilegal na Amazônia brasileira é uma das principais causas de desmatamentos e só em 2020 a floresta perdeu cerca de 8.500 quilômetros quadrados de selva, segundo dados oficiais.

(Foto: Divulgação)

Crimes ambientais

Estão colocados em risco devido à extração de ouro cerca de 6,2 milhões de hectares de reservas ambientais ou terras indígenas na Amazônia brasileira. E existem estudos em andamento para exploração desse metal valioso avançar ainda mais na região.

No Brasil, o garimpo do ouro é proibido, porém cerca de 2,4 milhões de hectares de terras nativas estão destinados à extração do mineral. Em áreas de unidade de conservação ambiental, o número de processos cobre 3,8 milhões de hectares.

A pesquisa é o primeiro passo antes da exploração do ouro no país, conforme a regulamentação do setor de mineração. Somente em 2020, as atividades cobriram 85 territórios nativos e 64 reservas ambientais.

Foram identificados pedidos de extração de ouro em 749 mil hectares só nas terras Yanomami, a maior reserva indígena do Brasil, que inclui parte de Amazonas e Roraima, estados que fazem fronteira com a Colômbia e a Venezuela.

A quantidade deste tipo de pedido de busca por ouro aumentou notavelmente desde 2018, batendo um recorde de 31 registros em 2020. Conforme especialistas, estes números estão atribuídos à política permissiva à destruição da floresta do atual presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (sem partido).

O presidente tem incentivado a mineração em reservas indígenas desde a sua posse presidencial em janeiro de 2019. Entretanto, está em andamento no Congresso um projeto apoiado pelo governo federal que visa autorizar essas explorações em terras indígenas e regularizar as extrações ilegais nestas áreas.

Entre os 19 países que o Brasil forneceu ouro em 2020, estão Canadá, Suíça, Polônia, Reino Unido, Itália, Emirados Árabes Unidos e Índia como principais importadores do minério.

O Brasil explorou ilegalmente 91,9 toneladas do metal, ou seja, das 110,6 toneladas de ouro exportadas em 2020, cerca de 19 toneladas foram ilegais, segundo os dados oficiais.

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